Yassine Kanjaa, detido pelo ataque terrorista a duas igrejas em Algeciras, nasceu em Marrocos há 25 anos. O homem já tinha chamado a atenção das forças de segurança espanholas, mas não tinha histórico de atos associados ao islamismo.
Quando detetaram que o homem estava ilegal no pais, detiveram-no brevemente em 16 de junho de 2022, dando-se início ao processo de extradição, uma vez que o homem não possuía documentos.
Esta quarta-feira, munido de uma catana e vestido com um 'djellaba' preto (peça de roupa tradicional), entrou na paróquia de Santa María Auxiliadora, invadiu a capela de San Isidro e esfaqueou o padre Antonio Rodríguez, de 74 anos, que celebrava a Eucaristia às sete da noite. O padre sobreviveu e permanece no hospital.
Depois, Kanjaa dirigiu-se à Igreja de Nuestra Señora de La Palma, na central Plaza Alta de Algeciras, onde atacou o sacristão Diego Valencia.
Segundo o OK Diario, o agressor invadiu a sacristia e foi o sacristão quem o confrontou com a ajuda de uma cadeira. A vítima inicialmente sofreu vários ferimentos, mas já fora do templo o marroquino desferiu mais dois golpes de catana que lhe provocaram a morte.
A atitude determinada do sacristão, impediu o agressor de chegar a uma sala onde se encontravam menores a ter aulas de catequese.
Durante os ataques, ele gritou "morte aos cristãos" e "Allah é grande".
Depois foi até a Capela da Europa, templo localizado em frente ao anterior e bateu à porta. Por sorte, o local estava fechado e ele prosseguiu caminho, com a faca na mão, como pode ver no vídeo na galeria.
A polícia acabou por detê-lo nas imediações da Plaza Alta e entregou-o à Polícia Nacional. Durante a madrugada, as autoridades encetaram buscas à sua casa e acreditam que agiu sozinho.
O alto representante da Aliança das Civilizações das Nações Unidas (UNAOC) condenou esta quinta-feira o "hediondo ataque" às igrejas de Algeciras. "[Este] crime bárbaro é injustificável quando, onde e por quem quer que seja cometido", destacou Miguel Ángel Moratinos, citado num comunicado do seu porta-voz.
Miguel Ángel Moratinos expressou ainda as "sinceras condolências à família das vítimas, ao governo e ao povo da Espanha".
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