Segundo os relatores especiais da ONU, as autoridades chinesas obrigam as crianças tibetanas a integrar-se na cultura han, que é a maioritária no país.
Estas políticas educativas funcionam à escala cultural, religiosa e linguística, fazendo com que as crianças da região do Tibete recebam educação em mandarim, sem que lhes seja dada a opção de estudar a língua e a cultura da minoria a que pertencem.
"As crianças estão a perder a fluência na sua língua materna e a capacidade de comunicar com os seus pais e avós (...) o que contribui para a erosão da sua identidade", sublinham os especialistas num comunicado.
Também advertiram de que o número de crianças em internatos escolares é proporcionalmente maior no Tibete que no resto da China -- onde apenas cerca de 20% das crianças são educadas em instituições semelhantes -- e atribuíram essa situação ao encerramento de escolas rurais naquela região.
Esses estabelecimentos de ensino foram substituídos por outros municipais, que muitas vezes se situam demasiado longe das casas das crianças, o que lhes exige que fiquem a residir nas escolas.
Os relatores da ONU mostraram-se "alarmados com esta política de assimilação" e consideraram que é contrária à proibição da discriminação e aos direitos educativos, linguísticos e culturais, bem como à liberdade religiosa da minoria tibetana.
Os especialistas que assinam esta declaração são o relator especial das Nações Unidas para os Assuntos das Minorias, Fernand de Varennes; a relatora especial para o Direito à Educação, Farida Shaheed; e a relatora especial para os Direitos Culturais, Alexandra Xanthaki.
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