Um homem foi considerado culpado do homicídio negligente da sua filha, encontrada morta em casa em condições descritas pelos procuradores como "impróprias até para um animal".
Kaylea Titford, de Newtown, no País de Gales, tinha hidrocefalia e espinha bífida - o que a impedia de conseguir fazer uso das pernas - padecendo ainda de obesidade mórbida. Foi confinada à cama meses antes da sua morte em condições "degradantes" e "desumanas".
Alun Titford, o pai, de 45 anos, foi condenado em tribunal esta quinta-feira. Sendo que a mãe, Sarah Lloyd-Jones, de 39 anos, também já se tinha declarado culpada da mesma acusação.
A sentença, segundo conta a BBC, será proferida a 1 de março no Tribunal da Coroa de Swansea.
Kaylea foi encontrada em condições "impróprias até para um animal, quanto mais para uma jovem vulnerável de 16 anos que dependia inteiramente de outros para cuidar dela”, com roupas e lençóis sujos, após sua morte na casa da família, em outubro de 2020. Os socorristas do serviço de emergência, chamados ao local, relataram terem-se sentido indispostos devido ao cheiro de "podridão" que emanava no quarto.
Segundo foi descrito durante a audiência em tribunal, foram descobertos vermes sob o seu corpo coberto de feridas e Kaylea, que media 1,45 metros de altura, pesava naquele momento 146 quilos.
O elevador que a podia ajudar a sair da cama estava coberto de fezes de moscas e de teias de aranha. As unhas dos pés, que ela não conseguia alcançar, não eram cortadas há pelo menos seis meses e as axilas estavam pretas.
O juiz considerou que a família terá permitido que a menor se tornasse fatalmente obesa durante o confinamento e que isso acabou por conduzir à sua morte. Acredita-se que se trate da primeira acusação deste tipo no Reino Unido, em que os pais são considerados culpados da morte dos filhos por não controlarem a sua dieta.
Leia Também: Obesidade aumenta o risco de diabetes? Novo estudo explica porquê