O comboio é composto por 11 camiões de ajuda humanitária enviada pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), afirmou um porta-voz desta organização da ONU, citado pela AFP.
Esta ajuda faz parte da resposta de emergência ao terramoto de 6 de fevereiro e às suas réplicas, cujo epicentro se localizou na Turquia e que, segundo as Nações Unidas, já provocou a morte de mais de 35.000 pessoas, incluindo mais de 3.600 na Síria.
Os camiões transportam tendas, colchões, cobertores e tapetes, entre outros bens, adiantou o porta-voz da OIM, Paul Dillon.
A fronteira de Bab al-Salama liga a Turquia à província de Aleppo, no norte da Síria, e é controlada por fações sírias leais a Ancara.
O posto fronteiriço não permitia a passagem de ajuda humanitária da ONU desde 2020 por pressão da Rússia, aliada do regime de Bashar al-Assad.
Várias áreas fora do controlo de Damasco, no norte da província de Aleppo e de Idlib (noroeste) - onde vivem cerca de três milhões de pessoas - estão entre as mais afetadas pelo terramoto, cuja magnitude chegou aos 7,8 na escala de Richter e que foi seguido de várias réplicas, uma das quais com magnitude de 7,5.
Após os sismos, muitas organizações não-governamentais e ativistas da oposição criticaram a lentidão na chegada de ajuda da ONU às áreas rebeldes, onde a população já vivia em condições difíceis antes da tragédia.
A ONU realizou, desde 2014, quatro travessias da fronteira para entregar ajuda humanitária sem aprovação de Damasco, mas desde 2020 e por pressão de Moscovo, só um posto fronteiriço (em Bab al-Hawa) com a Turquia continua operacional.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou na segunda-feira que um comboio de ajuda humanitária ia entrar na Síria através das fronteiras de Bab al-Salama e de al-Rai, sublinhando a necessidade de dar ajuda às áreas afetadas.
A abertura dos dois novos pontos de passagem "permitirá a entrada de mais ajuda, mais rapidamente", disse Guterres.
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