Cruz Vermelha de Cabo Verde promete "revolucionar" jogos sociais

A Cruz Vermelha de Cabo Verde (CVCV) prevê para ainda no primeiro semestre a conclusão do processo de informatização dos jogos sociais, esperando uma "revolução" com aumento de apostadores e de receitas, disse hoje o presidente da instituição.

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Lusa
06/03/2023 06:22 ‧ 06/03/2023 por Lusa

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Cabo Verde

"O projeto já está numa fase bastante avançada, toda a plataforma vai estar pronta muito brevemente, tudo indica que ainda este semestre. Os terminais também já foram encomendados e estamos em crer que em meados de julho/agosto, todo o sistema estará pronto para entrar em vigor", previu o presidente da CVCV, Arlindo Soares de Carvalho, em entrevista à agência Lusa, na cidade da Praia.

A CVCV recebeu em 1977 a concessão para explorar a lotaria nacional e em 1997 foi escolhida para gerir o totoloto e o joker, em todo o território nacional.

Há pouco mais de dois anos assinou com o Estado de Cabo Verde um acordo de concessão por 20 anos em regime de exclusividade para exploração dos jogos sociais e na sequência o Governo, através do parlamento, criou o regime dos jogos e vem publicando todos os decretos que vão enformar todo o sistema.

O contrato de concessão de organização e exploração de três jogos sociais - lotaria, totoloto e joker -- prevê a distribuição dos lucros gerados (resultados líquidos) em 51% pelo Estado e 49% pela concessionária.

A instituição humanitária desenvolveu um projeto para informatização, modernização e digitalização de toda a plataforma, num projeto montado pela mesma multinacional que desenvolveu a plataforma para o Euromilhões e que também vem assegurando os jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Para Arlindo de Carvalho, com a plataforma em funcionamento, o setor vai sofrer uma revolução, em que todo o sistema de boletins que atualmente são enviados para a sede, na Praia, quer de barco, quer de avião, com todos os riscos associados, vai passar a ser feito online.

"Por outro lado, é trazer as novas tecnologias para um setor que é muito importante, os jogos sociais. Vamos ter um sistema que acaba por si só deitar abaixo toda a logística material atual, e trabalhar com a internet, com o digital, com a informática", apontou.

Com a plataforma em funcionamento, o apostador vai poder jogar a qualquer hora e a partir de qualquer sítio, inclusive do estrangeiro, desde que tenha uma conta bancária no país.

"Por outro lado, vamos fazer uma certa justiça ao nível dos jogos. Neste momento, temos uma realidade em que algumas ilhas jogam até quarta ou quinta-feira, por causa do transporte, outros até aos domingos. Com a entrada em funcionamento da plataforma, o fecho dos jogos vai ser em simultâneo", deu conta ainda o presidente, referindo que o processo do escrutínio também vai ser ao mesmo tempo e a distribuição das informações vai ser em "tempo recorde".

Desde maio de 2020, por causa da pandemia da covid-19, a Cruz Vermelha de Cabo Verde realiza as extrações dos jogos sociais à terça-feira e não ao domingo, como era feito anteriormente, e os resultados são divulgados a partir do dia seguinte.

O presidente disse ainda que todo o processo de atribuição dos prémios e de fidelização dos apostadores vai ser inserido na plataforma informática.

"Estamos a falar de uma revolução total no setor dos jogos sociais em Cabo Verde", insistiu Carvalho, dando conta que há um plano que prevê, numa primeira fase, a coabitação entre os dois sistemas, até à descontinuidade do atual.

O presidente disse ainda que outros dos objetivos do projeto é aumentar o número de apostadores, a nível nacional e internacional, bem como os lucros dos jogos sociais no país.

"O estudo de viabilidade económico-financeiro produzido aponta para que os jogos venham a trazer mais recursos, o que vai ajudar a Cruz Vermelha a ajudar as pessoas, vai ajudar também o Governo a materializar melhor os seus projetos sociais", frisou.

O projeto para a informatização, modernização e digitalização dos jogos sociais está orçamentado em mais de 500 milhões de escudos (perto de 5 milhões de euros) e o presidente avançou que a CVCV já mobilizou pouco mais de metade desse valor.

Além da lotaria, totoloto e joker, em novembro de 2020 o Governo cabo-verdiano assinou com a Cruz Vermelha e a Fundação Feel Cabo Verde, de origem espanhola, contratos de concessão para organização e exploração, também por 20 anos, de dois novos jogos sociais do país, a Raspadinha e a Troca Solidário.

O presidente da Cruz Vermelha reconheceu que os jogos sociais têm dado um enorme contributo para o desenvolvimento de Cabo Verde, também com muitos prémios distribuídos todas as semanas, mas entendeu que é preciso produzir um estudo com dados concretos sobre o impacto social e ao nível da economia cabo-verdiana.

O responsável deu como exemplo o facto de os projetos sociais da Cruz Vermelha serem financiados em cerca de 70 a 80% com recurso dos jogos, nomeadamente a rede de jardins infantis, lares de idosos, centros de consulta, a intervenção dos voluntários nas comunidades, projetos ligados à juventude, à deficiência, à resiliência comunitária, às catástrofes e à formação.

"Por essa via, vê-se que, embora não se tenha contabilizado ainda, os jogos sociais têm trazido muitos recursos para o país e têm ajudado o Governo e a Cruz Vermelha a ajudar as pessoas", completou o dirigente da organização filantrópica, criada no país há quase 48 anos.

Leia Também: Cabo Verde vai entregar exploração de pozolana de Santo Antão à Cimpor

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