Meloni e Salvini em festejos quando se enterravam vitimas de naufrágio

A primeira-ministra e o ministro do Transportes de Itália suscitaram críticas por festejarem o aniversário do líder da Liga, cantando uma música que fala de uma mulher afogada num rio, enquanto se enterravam mortos do naufrágio ocorrido dias antes.

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© TIZIANA FABI/AFP via Getty Images

Lusa
11/03/2023 16:38 ‧ 11/03/2023 por Lusa

Mundo

Itália

Opositores e comentadores apontam a chefe de Governo e líder da extrema-direita, Giorgia Meloni, e Matteo Salvini, líder do partido de direita a Liga, por não terem prestado homenagem às vitimas do naufrágio de 26 de fevereiro ao largo da costa da Calábria, em que morrerem mais de 70 migrantes, mas terem-se reunido para festejar o aniversário do ministro quando ainda se enterravam cadáveres.

Nas imagens, que se tornaram virais, da festa dos 50 anos de Salvini, Giorgia Meloni acompanha-o num 'karaoke' a cantar uma popular canção de Fabrizio De André, com o titulo "la Canzone di Marinela", que fala de uma mulher afogada num rio.

"Ontem (sexta-feira) foi um dia muito doloroso para nós. Enterramos alguns caixões, inclusive uma menina. Devo dizer que fiquei muito impressionado com as imagens que vi, tanto da conferência de imprensa do governo quanto do 'karaoke' de Salvini e Meloni", criticou Matteo Lepore, presidente da Câmara de Bolonha, onde se realizou o funeral de algumas das vítimas do naufrágio.

A porta-voz do Partido Democrático (PD, oposição), Simona Malpezzi, acusou o governo de "desumanidade, cinismo, improviso e crueldade", dizendo que foi o que Meloni e Salvini demonstraram nestes gestos.

"Eles não prestaram homenagem aos mortos de Cutro, montaram uma encenação patética, mudaram os compromissos institucionais para ir cantar na festa de Salvini", afirmou.

Meloni organizou na passada quinta-feira um conselho de ministros em Cutro, a cidade onde ocorreu o naufrágio da embarcação com cerca de 200 migrantes e da qual apenas 80 sobreviveram. Até agora foram encontrados os corpos de 74 pessoas, incluindo 30 menores.

No entanto, nenhum dos membros do Governo se deslocou ao palácio desportivo de Crotone, onde foram colocados os caixões com as vítimas, onde estiveram a prestar homenagem o Presidente da República, Sergio Mattarella, e a líder do PD, Elly Shlein.

"Os dois cristãos Meloni e Salvini não foram a Cutro rezar em frente aos caixões, sairam de Cutro sem querer vê-los e para depois, à noite, irem cantar no aniversário de Salvini", escreveu a jornalista Selvaggia Lucarelli no Twitter.

O naufrágio de 26 de fevereiro tem suscitado muitas críticas à atuação das autoridades italianas.

Leia Também: Guarda Costeira italiana socorreu hoje mais de 1.300 migrantes 

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