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Nazismo, BBC e Lineker? "É assunto deles, não do governo"

O comentador foi afastado da emissora após comparar a nova política de imigração à da Alemanha nazi.

Nazismo, BBC e Lineker? "É assunto deles, não do governo"
Notícias ao Minuto

19:12 - 11/03/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Reino Unido

O primeiro-ministro do Reino Unido reagiu, este sábado, à polémica entre a BBC e o ex-futebolista e comentador desportivo Gary Lineker, afastado da emissora após comparar a política de imigração inglesa com a da Alemanha nazi.

Em comunicado citado pela Sky News, Rishi Sunak referiu que esperava que a questão fosse resolvida entre os dois intervenientes "de forma oportuna", mas sublinhou que esta questão em nada estava relacionada com Downing Street. "É um assunto deles, não do governo", defendeu, acrescentando que era preciso "manter a perspectiva" dada a "seriedade do assunto".

“Quarenta e cinco mil pessoas cruzaram o canal [da Mancha] ilegalmente no ano passado, muitas das quais foram exploradas ou traficadas por gangues criminosos, colocando assim as suas vidas em perigo”, notou, argumentando que as novas políticas de imigração inglesas, anunciadas esta semana, pretendem "acabar com este ciclo de miséria de uma vez por todas".

"Não é só o que é justo fazer, mas também o mais solidário", rematou.

O governante defendeu ainda que não havia "respostas fáceis" para resolver os problemas, mas que a liderança estava a tomar decisões para que isso acontecesse. "Sei que nem todos vão concordar, mas acredito que é o que é mais justo e certo", insistiu.

O governo britânico apresentou, na terça-feira, uma proposta de lei para dissuadir migrantes e traficantes de pessoas de atravessar o Canal da Mancha, que liga França ao Reino Unido, em pequenas embarcações, recusando asilo àqueles que cheguem ao país ilegalmente.

A proposta de lei para a 'Migração Ilegal' pretende "reduzir radicalmente o número de ações judiciais e recursos que possam suspender a expulsão" dos migrantes irregulares, conferindo ao "dever de expulsão" precedência sobre o direito de asilo.

Os migrantes que forem expulsos ficarão proibidos de regressar ao Reino Unido ou de pedir a cidadania britânica no futuro.

No ano passado, entraram no Reino Unido mais de 45 mil pessoas após atravessar o Canal da Mancha em pequenas embarcações, contra cerca de 300 em 2018.

A maioria pediu asilo, mas mais de 160 mil pessoas esperam resposta há meses em centros de processamento ou em hotéis designados pelas autoridades britânicas, sem direito a trabalhar.

O Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) reagiu à apresentação do projeto de lei britânico considerando-o equivalente ao "fim do asilo" e instou Londres a escolher respostas "mais humanas".

"A lei, se aprovada, equivalerá ao fim do asilo - privando aqueles que chegam ilegalmente ao Reino Unido do direito de procurar a proteção oferecida a um refugiado, independentemente da genuinidade e urgência do seu pedido", disse o Alto Comissário, Filippo Grandi, em comunicado.

Leia Também: Comentadores da BBC falham programa em solidariedade com Lineker

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