O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, garantiu que as tropas ucranianas vão continuar a defender a cidade de Bakhmut, no leste do país, que tem sido o centro dos combates mais intensos da invasão russa nos últimos meses.
Em entrevista ao jornal alemão Bild, o ministro considerou que abdicar da cidade não mudaria as intenções da Rússia no país.
“Se nos retirássemos de Bakhmut, o que é que isso mudaria? A Rússia tomaria Bakhmut e depois continuaria a sua ofensiva contra Chasiv Yar, pelo que todas as cidades próximas de Bakhmut poderiam sofrer o mesmo destino”, disse.
Questionado sobre quanto tempo a Ucrânia estaria disposta a lutar por Bakhmut, Kuleba recusou-se a responder e comparou o combate a uma invasão domiciliária.
“Quando alguém invade a sua casa, não se questiona quanto tempo consegue resistir ao indivíduo que invadiu a sua casa e está a tentar matá-lo e à sua família e a roubar tudo, certo? Só pensa no que mais pode fazer para o expulsar da sua casa e fazer com que a polícia o prenda”, referiu.
Na mesma entrevista, Kuleba sublinhou que a falta de munições são o “problema número um” do país no combate contra as tropas russas e exortou a Alemanha a acelerar o envio de armamento.
Segundo o ministro ucraniano, os fabricantes de armas alemães garantiram, durante a Conferência de Segurança de Munique, que estavam prontos para proceder ao envio, mas estavam dependentes do governo. “Portanto, o problema é do governo”, referiu.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 13 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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