"Os investigadores concluíram que o soldado ucraniano que foi abatido (...) era um atirador de elite do 163.º batalhão da 119.ª brigada de defesa territorial da região de Tchernihiv", chamado Oleksandr Matsiyevsky, anunciaram os serviços SBU, em comunicado.
No vídeo de alguns segundos, conhecido no início de março, um homem vestindo uniforme militar, mas desarmado, fuma um cigarro. Um homem, que não aparece no vídeo, diz a outro, em russo, para o filmar. "Glória à Ucrânia!", grita o soldado ucraniano, que é, de seguida, executado com rajadas de metralhadora.
Na segunda-feira, o vídeo viralizou nas redes sociais, com muitas publicações, fotos e desenhos em homenagem ao soldado.
O anúncio do SBU surge alguns dias depois de várias fontes oficiais do exército ucraniano terem gerado a confusão ao mencionaram duas identidades diferentes para o soldado, uma das quais a agora confirmada.
Nos últimos dias, a mãe do soldado falou a uma televisão confirmando a sua identidade, a que os investigadores juntaram a análise de fotografias e vídeos e a perícia médico-legal para concluírem tratar-se de Oleksandr Matsiyevsky.
The @ServiceSsu has confirmed the identity of the Hero who was shot in cold blood after saying "Glory to Ukraine!". The investigators have established that the Ukrainian soldier who appeared in the horrific video was a sniper of the 119th Brigade @TDF_UA , Oleksandr Matsiyevsky. pic.twitter.com/FfnOlQwZjh
— Defense of Ukraine (@DefenceU) March 12, 2023
Segundo o departamento regional da secção norte das forças armadas ucranianas, Oleksandr Matsiyevsky nasceu a 10 de maio de 1980, na Moldova, e foi capturado pelas tropas russas quando se encontrava na região oriental de Donetsk, com outros quatro soldados.
No comunicado, o chefe dos serviços SBU, Vasyl Malyouk, elogiou o soldado por, "mesmo perante a morte, ter mostrado ao mundo inteiro de que é feito o caráter e a invencibilidade dos ucranianos".
O responsável adianta ainda que os serviços de segurança estão a tentar identificar os militares russos que cometeram este "crime sangrento".
O exército ucraniano prometeu, na terça-feira, vingar a execução e, numa comunicação feita, este domingo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, elogiou "a bravura" do soldado, a quem entregou o "título de herói da Ucrânia".
"Hoje conferi o título de Herói da Ucrânia a Oleksandr Matsiyevsky, um soldado. Um homem que todos os ucranianos conhecerão. Um homem que será lembrado para sempre. Pela sua bravura, pela sua confiança na Ucrânia e pela sua "Glória à Ucrânia!'", disse o chefe de Estado ucraniano numa publicação partilhada no Telegram. A mensagem foi também partilhada no Instagram de Zelensky.
I conferred the title of Hero of Ukraine upon Oleksandr Matsiyevsky. A Ukrainian warrior. A man who will be known and remembered forever. For his bravery, for his confidence in Ukraine and for his "Glory to Ukraine!". Glory to the Hero! Glory to the Heroes! Glory to Ukraine! pic.twitter.com/uKUKIhCfMp
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) March 12, 2023
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia contra a Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados das Nações Unidas, que classificam esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para Kiev e a imposição a Moscovo de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra m
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ais de 8.100 civis mortos e mais de 13 mil feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
As informações sobre a guerra na Ucrânia divulgadas pelas duas partes do conflito não podem ser confirmadas de imediato de forma independente.
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