RDCongo. Pelo menos 16 mortos em ataque atribuído às forças rebeldes

Pelo menos 16 pessoas foram mortas terça-feira num novo ataque atribuído às Forças Democráticas Aliadas (ADF) rebeldes, alegadamente ligadas ao extremista Estado Islâmico, no nordeste da República Democrática do Congo (RDCongo), disseram hoje fontes militares e da sociedade civil.

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Lusa
15/03/2023 16:02 ‧ 15/03/2023 por Lusa

Mundo

RDCongo

O ataque ocorreu na cidade de Mabuku, localizada no território de Beni, na província de Kivu do Norte.

"Infelizmente, o inimigo operou com a cumplicidade de alguns compatriotas ontem à noite (...) e quando o exército foi informado e chegou ao local, só havia corpos", disse por telefone à agência Efe, o porta-voz do exército, capitão Anthony Mwalushay.

De acordo com o militar, os rebeldes ugandeses usaram armas com lâminas, incluindo catanas. "Continuamos com as operações de patrulha que estamos a realizar", acrescentou, aconselhando contra qualquer colaboração entre civis e grupos armados.

O vice-presidente da sociedade civil do Kivu do Norte, Edgard Mateso, informou que a contagem provisória mostra 16 civis mortos e várias pessoas raptadas pelos atacantes, que fugiram para o mato.

"É ainda uma avaliação provisória porque as escavações ainda decorrem", disse. "Várias pessoas fugiram para Butembo temendo pela sua segurança, que está ameaçada aqui em Beni", afirmou Mateso, referindo-se à cidade vizinha.

As ADF são um grupo rebelde ugandês, mas estão atualmente sediadas nas províncias do Kivu Norte e da vizinha Ituri, perto da fronteira que a RDCongo partilha com o Uganda.

Os objetivos destes rebeldes não são claros, para além de uma possível ligação com o grupo extremista Estado Islâmico, que, por vezes, reivindica a responsabilidade pelos seus ataques.

As autoridades ugandesas acusaram o grupo de organizar ataques dentro do seu território, incluindo dois atentados suicidas à bomba em Kampala, em novembro de 2021, e assassinatos por automobilistas armados contra altos funcionários.

Para neutralizar as ADF, os exércitos da RDCongo e do Uganda iniciaram uma operação militar conjunta em solo congolês em finais de novembro de 2021, que ainda está em curso, embora os ataques dos rebeldes não tenham acabado.

De acordo com o Barómetro de Segurança Kivu (KST), as ADF são responsáveis por 3.375 mortes em 640 ataques na RDCongo desde 2017.

Face aos ataques rebeldes em Ituri e Kivu do Norte, na sua maioria da autoria das ADF, o Governo congolês impôs um estado de sítio em maio de 2021, em ambas as províncias, mas a medida não terminou com o problema.

Desde 1998, o leste da RDCongo tem estado mergulhado num conflito alimentado pelas milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão das Nações Unidas na RDCongo (Monusco), com cerca de 16.000 militares uniformizados no terreno.

Leia Também: Presidente do Quénia vai a Bruxelas pedir apoio às tropas na RDCongo

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