Os trabalhadores de saneamento que fizeram greve também bloquearam uma estação de coleta de lixo que abriga o maior incinerador da Europa, enquanto os estudantes universitários saíram das salas de aula para se juntarem às greves que afetaram diversos setores profissionais.
Vários grupos - incluindo os ativistas das manifestações dos "coletes amarelos", que organizaram protestos contra as políticas económicas de Macron, durante o seu primeiro mandato - convocaram os opositores do Presidente para uma marcha até ao Parlamento, no final da tarde de hoje.
Na quinta-feira, Macron tinha pedido a Borne que fizesse uso de um poder constitucional especial para aprovar o impopular projeto de lei de alteração da idade da reforma sem votação na Assembleia Nacional, a câmara baixa do Parlamento francês.
Na quinta-feira, milhares de pessoas protestaram na Praça da Concórdia, perto do edifício do Parlamento, onde, ao cair da noite, a polícia confrontou os manifestantes nas ruas circundantes.
Outras cidades francesas acolheram igualmente protestos, como Rennes e Nantes, no leste, Lyon e Marselha, no sul, onde montras de bancos foram atacadas.
O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, informou hoje que 310 pessoas foram detidas durante a noite, a maioria delas em Paris.
Os sindicatos que organizaram greves e marchas contra o aumento da idade de reforma disseram que mais comícios e manifestações estão marcadas para os próximos dias.
Macron fez das mudanças às leis de reforma a principal prioridade do seu segundo mandato, argumentando que estas alterações são essenciais para tornar a economia francesa mais competitiva e evitar a falência do sistema de segurança social.
Se uma eventual moção de censura ao Governo for aprovada na Assembleia Nacional, a proposta de alteração legislativa fica em causa e o Governo será obrigado a renunciar, o que não acontece desde 1962.
Nesse cenário, Macron pode optar por voltar a indicar Borne, que poderá escolher novo Governo.
Contudo, a aliança de partidos do centro liderada por Macron tem o maioria na Assembleia Nacional, tornando difícil a aprovação de uma moção de censura.
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