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Putin deixa recados ao Ocidente e Xi diz que China é "imparcial"

Os presidentes da Rússia e da China encontraram-se hoje.

Putin deixa recados ao Ocidente e Xi diz que China é "imparcial"
Notícias ao Minuto

17:03 - 21/03/23 por Notícias ao Minuto

Mundo Guerra na Ucrânia

Após o encontro que mantiveram, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping, falaram à imprensa, revelando que assinaram vários acordos. Segundo Putin, estas foram declarações que "refletem totalmente a natureza das relações russas e chinesas, que estão no ponto mais alto da história dos dois países".

"A Rússia e a China estão unidas pelas boas relações de vizinhança", disse ainda o presidente da Rússia.

"É claro que a nossa principal prioridade é o comércio e a economia e isso é bastante natural, tendo em consideração que a China é o principal parceiro comercial do nosso país", continuou.

Nas mesmas declarações, Putin disse que o plano de paz apresentado pela China pode ser a “base da resolução pacífica” na guerra da Ucrânia. Mais: para isso, acrescentou, a Ucrânia e o Ocidente” têm de estar “prontos”.

O líder russo acrescentou ainda, na mesma ocasião, que “o Ocidente decidiu lutar contra a Federação Russa até o último soldado ucraniano morrer", reagindo à suposta notícia de que o Reino Unido vai enviar munições de urânio à Ucrânia.

Assim, "a Rússia será obrigada a agir", avisou. 

Xi Jinping "imparcial" e "pronto" para "conversações de paz"

Falou depois o presidente chinês, com Xi Jinping a afirmar-se "imparcial" e “pronto” para iniciar as “conversações de paz” entre a Rússia e a Ucrânia. Assinalou ainda que as reuniões com Putin foram “produtivas” e os dois países vão colaborar a vários níveis.

Xi Jinping assegurou que a China está empenhada na paz e no diálogo, e "apoia ativamente a reconciliação e o reinício das negociações", que foram suspensas na primavera de 2022, após mediação da Turquia.

"Gostaria de sublinhar que na busca da resolução do conflito ucraniano confiamos invariavelmente nos estatutos da ONU e temos a uma posição objetiva e imparcial", disse Xi, citado pela EFE.

A Rússia e a China são membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, pelo que têm poder de veto.

O plano chinês foi divulgado em 24 de fevereiro, no dia do primeiro aniversário da invasão russa da Ucrânia. No plano, a China pede um cessar-fogo, negociações de paz e o fim das sanções contra a Rússia, mas também defende que a soberania e a integridade territorial de todos os países devem ser mantidas.

A Rússia anexou cinco regiões ucranianas, a começar pela Crimeia em 2014, a que se seguiu Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, em setembro do ano passado.

A Rússia rejeitou inicialmente o plano chinês, alegando que não estavam ainda reunidas as condições necessárias para uma solução pacífica do conflito.

Sobre a iniciativa chinesa, Kiev exigiu a retirada das tropas russas do território ucraniano antes de qualquer negociação e observou que o plano de Pequim não aborda a anexação ilegal das regiões ucranianas anexadas pela Rússia.

O Kremlin disse hoje que Putin e Xi falaram sobre a Ucrânia durante as conversações informais na segunda-feira, que se prolongaram por quatro horas e meia.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse que Xi transmitiu a Putin que "a maioria dos países apoia o abrandamento das tensões" entre Moscovo e Kyiv.

"Querem que a paz e as conversações sejam promovidas, e opõem-se a que se atire mais lenha para a fogueira", disse o ministério chinês, segundo a EFE.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deverá manter conversações com Xi por videoconferência após a viagem do líder chinês à Rússia.

Na terça-feira, a NATO pediu que Xi falasse com Zelensky o mais rapidamente possível, se quer realmente a paz na Ucrânia.

A invasão russa da Ucrânia desencadeou uma guerra que mergulhou a Europa naquela que é considerada a pior crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Desconhece-se o número de baixas civis e militares, mas diversas fontes, incluindo a ONU, admitem que é elevado.

Leia Também: Quénia recebeu 25 mil toneladas de trigo da Ucrânia para combater a fome

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