Num comunicado do Eliseu (Presidência francesa), é indicado que Macron e Tebboune falaram ao telefone sobre os "mal entendidos" ligados ao desentendimento em torno de uma ativista franco-argelina e concordaram em fortalecer os canais de comunicação para evitar que se repitam este género de incidentes.
Em causa está o facto de, apesar da proibição de deixar a Argélia, a ativista argelina Amira Bouraoui ter entrado na Tunísia a 03 de fevereiro, antes de ser presa quando tentava embarcar com destino a Paris.
Bouraoui conseguiria, três dias depois, voar para a França, apesar de as autoridades tunisinas terem tentado deportá-la para a Argélia.
Argel considerou que a viagem para França constituiu uma "exfiltração ilegal" realizada com a ajuda de pessoal diplomático e de segurança da missão diplomática francesa em Tunes, e mandou regressar à capital argelina o embaixador em Paris, Said Moussi, para consultas.
"O Presidente Abdelmadjid Tebboune informou o chefe de Estado [francês] sobre o regresso a França do embaixador argelino nos próximos dias", lê-se no comunicado, confirmando uma declaração de Tebboune feita esta semana nesse sentido.
Bouraoui ganhou destaque em 2014 quando se opôs a um quarto mandato do então Presidente Abdelaziz Bouteflika, antes de se envolver no movimento de protesto "Hirak".
A ativista foi condenada em junho de 2020 a um ano de prisão antes de sair em liberdade provisória em julho do mesmo ano.
Depois de uma crise diplomática no outono de 2021, Paris e Argel acabaram por ultrapassar o diferendo na sequência de uma deslocação de Macron a Argel em agosto de 2022.
Além disso, segundo o Eliseu, os dois Presidentes analisaram as relações bilaterais e também a implementação da Declaração de Argel assinada durante a visita de agosto passado de Macron.
Macron e Tebboune acordaram ainda, sempre segundo o comunicado da Presidência francesa, reforçar a cooperação "em todas as áreas", tendo em vista uma visita que o Presidente argelino fará em breve a França.
"Os dois Presidentes abordaram também questões de estabilidade regional, em particular a luta contra o terrorismo no Sahel", conclui o comunicado da Presidência francesa.
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