O secretário do Interior mexicano, Adán Augusto López, confirmou a autenticidade da imagem de vigilância ao jornalista local Joaquín López Doriga, de acordo com a agência de notícias norte-americana Associated Press.
Na imagem, veem-se duas pessoas vestidas com o uniforme dos guardas a correr. Pelo menos um migrante aparece do outro lado das grades metálicas. Não é percetível qualquer tentativa para libertar os homens e, enquanto nuvens de fumo enchem o espaço em segundos, os guardas fogem do local.
Migrantes que receavam a deportação incendiaram colchões no centro de detenção de imigrantes ilegais, localizado no norte do México, anunciaram na terça-feira as autoridades.
"Tratou-se de um movimento de protesto. Supomos que souberam que iam ser expulsos, deportados, e que, em protesto, colocaram colchões na porta da receção do centro e atearam-lhes fogo", explicou o Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, em conferência de imprensa.
As tensões entre as autoridades e os migrantes aumentaram nas últimas semanas em Ciudad Juarez, onde os abrigos estão repletos de pessoas à espera de uma oportunidade para passar a fronteira para os Estados Unidos.
Dirigentes de mais de 30 abrigos para migrantes e outras organizações de defesa de direitos cívicos publicaram uma carta aberta, em 09 de março, queixando-se da forma como os imigrantes ilegais estão a ser tratados na fronteira entre o México e os EUA.
Contudo, a agência de imigração mexicana disse, na terça-feira, que rejeita qualquer responsabilidade na tragédia.
Nos últimos anos, à medida que o México intensificou os esforços para conter o fluxo migratório para a fronteira dos EUA, sob pressão da administração norte-americana, a agência de migração mexicana tem procurado encontrar soluções para a falta de condições nos centros de detenção.
Em outubro passado, migrantes venezuelanos revoltaram-se num centro de imigração em Tijuana, num episódio que teve de ser controlado pela intervenção policial e das tropas da Guarda Nacional.
Um mês depois, dezenas de migrantes revoltaram-se no maior centro de detenção do México, na cidade de Tapachula, no sul, perto da fronteira com a Guatemala.
Contudo, nestes dois casos no final do ano passado, não houve vítimas mortais.
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