O ponto de concentração destes apoiantes foi a Trump Tower, um arranha-céus em Manhattan construído pelo magnata e onde o Republicano passará hoje a noite antes de audiência história de terça-feira no tribunal criminal da cidade.
Num cartaz gigante era possível ler "Os sino-americanos lutam por Trump" ou "Trump salva a América em 2024", em alusão à próxima corrida presidencial que Trump pretende disputar como candidato republicano.
Por outro lado, também opositores do ex-chefe de Estado se mobilizaram, pedindo justiça e que Trump seja preso.
Esta rivalidade acabou num confronto físico, que foi rapidamente extinto pelos agentes policiais no local.
Face a esta acusação, um forte dispositivo de segurança foi montado junto à Trump Tower, condicionando a movimentação junto ao local. Vários helicópteros da Polícia e da imprensa sobrevoaram a Trump Tower durante toda a tarde, numa movimentação que atraiu centenas de pessoas ao local, assim como dezenas de equipas de reportagem.
Também uma família de turistas portugueses esteve esta tarde junto à Trump Tower, movida pela curiosidade face a este "evento histórico".
"Fomos apanhados de surpresa com esta notícia quando estávamos no hotel e então decidimos vir até aqui, porque se trata efetivamente de um momento histórico: um ex-presidente dos Estados Unidos poder ser detido, pelo que decidimos ver como é que isto está a ser vivido pelos norte-americanos", disse à Lusa Alexandra Cardoso, de 44 anos.
"Há muita confusão, mas também muita polícia, o que nos tranquilizou, uma vez que há muitos apoiantes de Trump na cidade", acrescentou a turista portuguesa.
Donald Trump, acusado formalmente num caso que envolve o pagamento de suborno à atriz pornográfica Stormy Daniels para garantir o seu silêncio face a um caso extraconjugal, chegou esta tarde a Nova Iorque, onde se espera que se entregue às autoridades no tribunal criminal de Manhattan, na terça-feira.
O magnata do imobiliário, nascido em Nova Iorque e onde prosperou em várias áreas de negócio, deve ser intimado na terça-feira a partir das 14h15 (hora local, mais cinco em Portugal continental) num processo-crime que ainda foi tornado público.
Diante do juiz, Trump irá declarar-se "inocente" porque "não há crime", segundo a sua defesa.
Após comparecer perante o juiz e passar por um protocolo que incluirá a retirada de impressões digitais e fotografias, Donald Trump deverá então ser libertado enquanto se aguarda a organização do seu julgamento.
Esta que é a primeira acusação de um ex-presidente na história dos Estados Unidos da América (EUA) - quando Trump também é candidato à Casa Branca em 2024 - e acarretou grandes desafios de segurança, com as autoridades a prepararem-se para possíveis manifestações.
Ainda não são conhecidas as acusações que o ex-presidente Republicano enfrentará, mas alguns dos seus aliados mais fiéis saíram em sua defesa, como é o caso da congressista Marjorie Taylor Greene, que anunciou que estará na terça-feira em Nova Iorque para protestar contra esta acusação.
Um dos elementos mais radicais pró-Trump dentro do partido Republicano, Greene classificou o processo contra o ex-presidente de "caça às bruxas" e pediu o apoio dos seus mais de 600 mil seguidores na rede social Twitter.
Nas últimas semanas, antecipando a sua acusação, Donald Trump tem exortado os seus apoiantes a protestarem, mas registaram-se poucas manifestações públicas de apoio pelo país.
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