Delegação saudita aborda com rebeldes houthis como "estabilizar a trégua"

Uma delegação da Arábia Saudita e de Omã que se encontra na capital iemenita de Sana, controlada pelos rebeldes houthis, manteve negociações com os insurgentes para "estabilizar a trégua" no Iémen, trocar prisioneiros e "alcançar uma solução política abrangente".

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Lusa
10/04/2023 22:03 ‧ 10/04/2023 por Lusa

Mundo

Iémen

O embaixador da Arábia Saudita no Iémen, Mohamed al Jabir, referiu hoje na rede social Twitter que a sua visita a Sana, realizada com uma delegação de mediadores de Omã, visa "estabilizar a trégua e o cessar-fogo" entre o Governo iemenita reconhecido internacionalmente e os insurgentes.

Mohamed al Jabir adiantou que discutiu também com os houthis o "processo de troca de prisioneiros e a exploração de espaços de diálogo entre as partes iemenitas para alcançar uma solução política abrangente e sustentável no Iémen".

O embaixador defendeu que a Arábia Saudita "sempre apoiou" o Iémen "em circunstâncias terríveis e crises políticas e económicas", apesar de Riade estar envolvida na guerra do país árabe desde 2015 à frente de uma coligação militar contra os rebeldes.

"Estes esforços fraternos continuam para alcançar as aspirações do povo irmão do Iémen de restaurar a segurança, a estabilidade e a prosperidade económica", destacou Al Jabir.

A visita de Al Jabir foi descrita como histórica, pois é a primeira feita por um alto funcionário saudita a Sana - controlada pelos houthis - em oito anos de guerra, desde o início da intervenção saudita no Iémen.

Da mesma forma, o diplomata foi fotografado este domingo com Ali Qarshah, um proeminente líder rebelde incluído em 2017 numa lista de 40 oficiais houthis procurados pela Arábia Saudita, que oferecia cerca de 4 milhões de dólares (cerca 3,68 milhões de euros) por qualquer informação que pudesse ser utilizada para levar à detenção deste.

Os insurgentes anunciaram há dois dias a troca de 13 prisioneiros iemenitas e um saudita, após a chegada da delegação de mediadores de Omã, e revelaram que o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) pediu o adiamento por três dias de uma troca de 887 presos, acordado em março e agendado para a próxima terça-feira.

No entanto, os rebeldes e o Governo ainda não chegaram a um acordo para estender a trégua iniciada em abril de 2022 e que expirou após seis meses de cessação das hostilidades que proporcionou o maior período de relativa calma no Iémen desde o início da guerra naquele país.

A visita desta delegação ocorre dias depois de surgir informações sobre uma nova trégua que poderá servir para um possível início de um "acordo de paz global" no país, explicaram na sexta-feira, sob condição de anonimato, fontes próximas das negociações a meios de comunicação árabes.

A guerra no Iémen levou o país à pior catástrofe humanitária da atualidade, segundo as Nações Unidas. Mais de 21 milhões de iemenitas [dois terços da população] precisarão de ajuda humanitária este ano e 17 milhões destes precisarão recebê-la com urgência para sobreviver.

O conflito deixou quase 380.000 mortos, seja pelos combates ou pela fome e doenças, e quatro milhões de deslocados, segundo dados levantados pelas agências da ONU.

Leia Também: Delegação saudita e de Omã chega ao Iémen para discutir processo de paz

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