O presidente francês vai iniciar esta terça-feira uma visita de dois dias aos Países Baixos, num viagem em que as relações externas da União Europeia com a China estão em foco após as declarações de Emmanuel Macron na sua visita a Pequim.
No domingo, Macron defendeu um afastamento do bloco europeu em relação às tensões diplomáticas entre China e Estados Unidos, devido à independência de Taiwan, argumentando que "a pior coisa seria pensar que os europeus têm de se tornar seguidores neste assunto e ir atrás da agenda dos EUA e da reação exagerada da China".
As declarações surgiram numa visita a Pequim, na qual Macron procurou marcar a evolução da União Europeu como um "terceiro superpoder", mas a sua mensagem de isolamento diplomático gerou algum conflito na liderança da comunidade europeia.
Vários especialistas políticos também notaram que o presidente francês demonstrou apatia em relação a uma possível guerra por causa de Taiwan, após um fim de semana marcado por exercícios militares chineses nas águas do Estreito de Taiwan, com alguns a fazerem comparações com a política de apaziguamento pré-Segunda Guerra Mundial.
A visita de Emmanuel Macron aos Países Baixos começará em Amesterdão, onde o líder francês irá fazer uma homenagem num monumento na cidade. Depois, parte para Haia, a sede do poder legislativo dos Países Baixos, onde discursará perante as duas câmaras do parlamento neerlandês.
Na quarta-feira, o presidente volta para Amesterdão, para uma visita a um parque de ciência e para uma ronda de negociações com o primeiro-ministro neerlandês, Mark Rutte. À tarde, Macron e Rutte vão ao histórico Rijksmuseum, para ver uma exposição de quadros de um dos maiores pintores da história do mundo ocidental, Johannes Vermeer.
A Associated Press nota que esta é a primeira visita de um chefe de Estado francês aos Países Baixos em 23 anos, apesar de uma grande proximidade geográfica que se traduz em vários comboios diários entre Paris e Amesterdão, via Bélgica. O último presidente francês a visitar o país foi Jacques Chirac.
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