UE sanciona grupo Wagner por envolvimento no conflito ucraniano
A União Europeia (UE) decidiu hoje sancionar o grupo Wagner, uma formação paramilitar privada, pela sua participação na guerra na Ucrânia, em particular nos combates que decorrem nas cidades de Bakhmut e Soledar, na região leste do Donbass.
© Lusa
Mundo Ucrânia/Rússia
Com esta medida, a UE inclui o grupo dirigido por Dimitri Utkin e financiado por Yevgeni Prigojin na sua "lista negra" de entidades acusadas de ameaçar a integridade territorial, soberania e independência da Ucrânia.
"O grupo Wagner liderou os ataques contra as cidades ucranianas de Soledar e Bakhmut em janeiro de 2023 e participa ativamente na guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia", assinala o texto oficial que acompanha as sanções.
A UE também decidiu sancionar a RIA FAN, um 'media' com ligações a Prigojin e que Bruxelas acusa de difundir propaganda pró-governamnetal e desinformação sobre o conflito.
"A RIA FAN refere-se à atual guerra de agressão contra a Ucrânia como uma missão para deter os 'nazis ucranianos' e promove as ações do grupo Wagner", prossegue o texto, publicado no Diário oficial da UE.
Através desta decisão, a UE assegura que "completa" as medidas adotadas no décimo pacote de sanções, quando associou à sua lista 11 pessoas e sete entidades com alegados vínculos ao grupo Wagner.
Na sequência desta nova medida, as sanções europeias motivadas pela invasão russa da Ucrânia já abrangem um total de 1.473 pessoas e 207 entidades. As pessoas designadas estão submetidas a um congelamento dos seus bens e os cidadãos e empresas da UE impedidas de fornecer qualquer género de financiamento.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.490 civis mortos e 14.244 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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