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Borrell falou com líderes das forças em confronto no Sudão

O alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, falou hoje com os líderes das duas forças em confronto no Sudão a quem pediu um "cessar-fogo imediato".

Borrell falou com líderes das forças em confronto no Sudão
Notícias ao Minuto

22:59 - 23/04/23 por Lusa

Mundo Sudão

"Falei com o general Abdel Fattah Al-Burhan [o chefe do exército sudanês] e com o general Mohamed Hamdan Dagalo [líder do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido] para lhes pedir um cessar-fogo imediato. Também insisti na necessidade de proteger os civis e garantir a retirada segura dos cidadãos europeus", disse Borrell.

Borrell congratulou-se com o facto de os funcionários da delegação da UE no país africano terem começado a ser retirados e agradeceu o apoio prestado pela diplomacia e pelo exército franceses.

"Aliviado por a delegação da UE no Sudão estar a ser retirada em segurança. Grato à diplomacia e ao exército de França por tornar isso possível, com a ajuda do Djibuti", disse o chefe da diplomacia europeia numa mensagem publicada na rede social Twitter.

O embaixador da UE "continua a trabalhar a partir do Sudão", esclareceu ainda Borrell, garantindo que os 27 do bloco comunitário continuam "empenhados em silenciar as armas e ajudar todos os civis que foram deixados para trás".

Os confrontos entre o exército e as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) no Sudão levaram muitos países a acelerar a retirada do seu pessoal diplomático e dos seus cidadãos naquele país.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros francês disse ter desencadeado uma "operação de evacuação rápida", acordada com as partes em conflito e com o resto dos parceiros e aliados europeus, que inclui cerca de 250 franceses e "cidadãos desses Estados e pessoal diplomático europeu".

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, anunciou hoje que "as forças armadas britânicas procederam a uma operação de retirada complexa e rápida do Sudão de diplomatas britânicos e das suas famílias, num contexto de escalada da violência e de ameaças ao pessoal da embaixada".

O ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, precisou que o Reino Unido realizou esta operação "ao lado dos Estados Unidos, da França e de outros aliados", o que envolveu "mais de 1.200 pessoas" das forças armadas britânicas.

Também dois aviões da força aérea italiana descolaram hoje do Djibuti com destino à capital sudanesa, Cartum, para dar início a operações de retirada de 200 civis, incluindo 140 italianos, para fora do Sudão.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, tinha horas antes revelado que as forças armadas conduziram "uma operação para retirar de Cartum o pessoal da administração" dos Estados Unidos.

Outros países, como o Canadá, a Grécia, a Turquia e a Sérvia, entre outros, deram nota de que estavam a levar a cabo operações para retirar pessoal diplomático e cidadãos nacionais do Sudão.

O Governo português anunciou que o Ministério dos Negócios Estrangeiros e o Ministério da Defesa Nacional "estão a trabalhar em articulação, juntamente com outros países aliados, com vista à retirada, em segurança, dos cidadãos nacionais" e que "foram já contactados todos os cidadãos nacionais conhecidos no Sudão".

O Sudão entrou hoje na segunda semana de violentos combates, num conflito que opõe forças do general Abdel Fattah al-Burhane, líder de facto do país desde o golpe de 2021, e um seu ex-adjunto que se tornou um rival, o general Mohamed Hamdan Dagalo, que comanda as RSF.

O balanço provisório dos confrontos indica que há mais de 420 mortos e 3.700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Leia Também: Londres anuncia retirada de pessoal diplomático do Sudão

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