Sudão. Bruxelas concede 200 mil euros para ajuda humanitária imediata
A Comissão Europeia anunciou hoje a disponibilização imediata de 200 mil euros para assistência humanitária à população sudanesa, na sequência do conflito que eclodiu entre as Forças Armadas e o grupo paramilitar Forças de Ação Rápida (RSF).
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Mundo Sudão
Em comunicado, a Comissão anunciou que os 200 mil euros são para "auxílio imediato e assistência humanitária" da população que está a viver em Cartum, capital do Sudão, e nas regiões próximas e igualmente afetadas pelo conflito, como Darfur.
A verba vai ser utilizada para assistência médica, serviços de retirada de pessoas e apoio psicológico, uma vez que a capital do país foi convertida num autêntico campo de batalha, com militares e elementos do grupo paramilitar a tentarem conquistar porções da cidade.
Os 200 mil euros serão integrados no Fundo de Emergência para Responder a Desastres do Crescente Vermelho -- organização que faz parte da federação internacional que inclui a Cruz Vermelha.
"Recebemos relatos devastadores da perda de vidas humanos, incluindo a morte de trabalhadores humanitários. Insistimos na necessidade de respeitar a Lei Humanitária Internacional, a proteção de civis e a segurança dos trabalhadores humanitários, premissa para que consigam prestar a assistência necessária", disse a comissária europeia para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, citada no comunicado.
O Sudão entrou hoje no décimo quarto dia consecutivo de confrontos entre o exército e as RSF, um conflito que já fez mais de 500 mortos e mais de 4.000 feridos e obrigou milhares de sudaneses a deslocarem-se para zonas mais seguras do país ou a refugiarem-se em nações vizinhas como o Sudão do Sul, o Egito ou o Chade.
As duas partes envolvidas no conflito iniciaram hoje uma trégua de 72 horas mediada pelos Estados Unidos e a Arábia Saudita para facilitar a retirada de estrangeiros no Sudão e abrir corredores seguros para a entrada de ajuda humanitária. Nos últimos dias, apesar de terem sido anunciadas tréguas, têm-se verificado combates de baixa intensidade.
Vários países já concluíram as operações de retirada dos seus cidadãos e pessoal diplomático no Sudão, mas outros continuam o processo por terra, mar e ar. Vinte portugueses que pretendiam deixar o Sudão já foram retirados no país, informou na quarta-feira, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal.
Pelo menos 512 pessoas foram mortas e 4.193 ficaram feridas desde o início dos combates, principalmente em Cartum e Darfur (oeste), informou na quarta-feira o Ministério da Saúde sudanês.
Os combates seguiram-se a semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para a formação de um novo governo de transição. Ambas as forças estiveram por trás do golpe conjunto que derrubou o executivo de transição do Sudão em outubro de 2021.
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