Putin poderá ser detido caso marque presença na cimeira dos BRICS
Em causa está o mandado de detenção emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), em março.
© GAVRIIL GRIGOROV/SPUTNIK/AFP via Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
O presidente russo, Vladimir Putin, poderá ser detido caso marque presença na cimeira de líderes dos BRICS, que decorrerá em agosto, na África do Sul.
Em causa está o mandado de detenção emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), em março, segundo avançou o jornal sul-africano Sunday Times, esta terça-feira.
O presidente Cyril Ramaphosa terá, por isso, estabelecido uma comissão especial para analisar o caso, tendo o organismo concluído que o país não terá outra opção a não ser deter o chefe de Estado russo, caso este viaje para a África do Sul.
Contudo, a presença de Putin na cimeira de líderes do grupo de economias emergentes, composto pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, não foi, até ao momento, confirmada pelo Kremlin.
Ainda assim, o governo sul-africano está, agora, a equacionar a possibilidade de o presidente russo participar através de conferência, de forma a ultrapassar a questão.
De notar que Pretória confirmou, no final de março, ter convidado Putin para a cimeira, apesar do mandado de detenção que pende sobre si.
"O presidente Putin é um dos líderes dos BRICS e é convidado para a cimeira, embora eu pense que o mandado [de detenção] do TPI é motivo de preocupação", disse a chefe da diplomacia sul-africana, Naledi Pandor, na altura.
Recorde-se ainda que o TPI acusa Putin de responsabilidade pessoal em sequestros de crianças na Ucrânia, durante a escalada da invasão russa naquele país.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.534 civis desde o início da guerra e 14.370 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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