Desde a saída da prisão - em datas diferentes, cada um, após cerca de dois meses - os dois ficaram em prisão domiciliária, com pulseira eletrónica, uma das formas de prisão preventiva.
Contudo, o juiz encarregado da investigação, Michel Claise, decidiu suspender esta medida, e o Ministério Público Federal (MPF) não se opôs, informou hoje Eric Van Duyse, porta-voz do MPF.
Neste caso de alegada corrupção a favor do Qatar e Marrocos, pelo menos seis suspeitos foram indiciados, acusados de participação numa organização criminosa e branqueamento de capitais.
Apenas o antigo eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri e a eurodeputada grega Eva Kaili - também socialista e uma das vice-presidentes do Parlamento Europeu (privada do estatuto) - estão com a sua liberdade condicionada, em prisão preventiva com pulseira eletrónica.
O caso surgiu em dezembro de 2022, quando investigadores belgas apreenderam - durante buscas em Bruxelas, nas casas de Kaili e de Panzeri - cerca de 1,5 milhões de euros em malas e sacos.
O juiz Claise suspeita da existência de pagamentos em dinheiro em troca de decisões políticas ou posições favoráveis aos interesses do Qatar e de Marrocos no Parlamento Europeu, o que Doha e Rabat negam.
Panzeri admitiu que os investigados orquestraram a fraude, e o seu ex-assessor parlamentar Francesco Giorgi é suspeito de ter desempenhado um papel importante neste processo.
O antigo eurodeputado Panzeri - figura do mundo sindical italiano e líder de ONGs desde 2019, em Bruxelas - implicou posteriormente Marc Tarabella, que nega ter cometido qualquer ilegalidade ou irregularidade, tal como Kaili.
Um sétimo suspeito, o eurodeputado italiano Andrea Cozzolino, é alvo de um mandado de detenção europeu emitido pelo juiz Claise, mas já contestou a obrigação de comparecer perante os tribunais belgas.
Leia Também: Qatargate. Líder da Confederação Sindical Internacional substituído