Dois suspeitos do Qatargate ficam em liberdade sob controlo judicial

Dois dos suspeitos do escândalo Qatargate, o eurodeputado belga Marc Tarabella e o assistente parlamentar italiano Francesco Giorgi, vão ficar em liberdade sob supervisão judicial, deixando de estar em prisão domiciliária.

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© KENZO TRIBOUILLARD/AFP via Getty Images

Lusa
09/05/2023 23:05 ‧ 09/05/2023 por Lusa

Mundo

Qatargate

Desde a saída da prisão - em datas diferentes, cada um, após cerca de dois meses - os dois ficaram em prisão domiciliária, com pulseira eletrónica, uma das formas de prisão preventiva.

Contudo, o juiz encarregado da investigação, Michel Claise, decidiu suspender esta medida, e o Ministério Público Federal (MPF) não se opôs, informou hoje Eric Van Duyse, porta-voz do MPF.

Neste caso de alegada corrupção a favor do Qatar e Marrocos, pelo menos seis suspeitos foram indiciados, acusados de participação numa organização criminosa e branqueamento de capitais.

Apenas o antigo eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri e a eurodeputada grega Eva Kaili - também socialista e uma das vice-presidentes do Parlamento Europeu (privada do estatuto) - estão com a sua liberdade condicionada, em prisão preventiva com pulseira eletrónica.

O caso surgiu em dezembro de 2022, quando investigadores belgas apreenderam - durante buscas em Bruxelas, nas casas de Kaili e de Panzeri - cerca de 1,5 milhões de euros em malas e sacos.

O juiz Claise suspeita da existência de pagamentos em dinheiro em troca de decisões políticas ou posições favoráveis aos interesses do Qatar e de Marrocos no Parlamento Europeu, o que Doha e Rabat negam.

Panzeri admitiu que os investigados orquestraram a fraude, e o seu ex-assessor parlamentar Francesco Giorgi é suspeito de ter desempenhado um papel importante neste processo.

O antigo eurodeputado Panzeri - figura do mundo sindical italiano e líder de ONGs desde 2019, em Bruxelas - implicou posteriormente Marc Tarabella, que nega ter cometido qualquer ilegalidade ou irregularidade, tal como Kaili.

Um sétimo suspeito, o eurodeputado italiano Andrea Cozzolino, é alvo de um mandado de detenção europeu emitido pelo juiz Claise, mas já contestou a obrigação de comparecer perante os tribunais belgas.

Leia Também: Qatargate. Líder da Confederação Sindical Internacional substituído

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