Serial killer descoberto 30 anos após homicídios graças a testes de ADN

Suspeito morreu 11 anos antes de ser descoberto. Corpo foi exumado para confirmar suspeitas.

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Notícias ao Minuto
15/05/2023 11:14 ‧ 15/05/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Serial Killer

Desde que os testes de ADN começaram a ser utilizados que muitos crimes foram descobertos com a sua ajuda. É o caso do mais recente episódio da série Steeltown Murders, da BBC, sobre um triplo homicídio que teve lugar no País de Gales.

Tudo começou em julho de 1973, em Swansea. Sandra Newton, de 16 anos, regressava a casa depois de um encontro com o namorado, quando desapareceu, por volta da 1 hora da manhã.

O corpo foi encontrado dois dias depois, numa vala de esgoto. Tinha sido violada e posteriormente estrangulada com a própria saia.

Meses depois, em setembro, mais duas jovens de 16 anos – Geraldine Hughes e Pauline Floyd - foram encontradas mortas numa floresta nas proximidades de Llandarcy, depois de apanharem boleia para casa após uma noite passada em Swansea.

As melhores amigas foram espancadas até à morte e violadas. Os corpos encontrados a cerca de 11 quilómetros do local onde os restos mortais de Sandra tinham sido encontrados.

No entanto, os homicídios foram investigados de forma separada. A polícia acreditava que Sandra tinha sido assassinada pelo namorado, ao contrário do que se tinha passado com Geraldine e Pauline.

A morte destas duas amigas desencadeou assim uma operação policial de grande envergadura que envolveu 150 polícias. Apesar das autoridades terem entrevistado 35 mil pessoas, que se encaixavam na descrição da última pessoa vista com Geraldine e Pauline, nunca chegaram a deter nenhum suspeito. E o tempo foi passando.

Serial killer descoberto através do filho

Só no início dos anos 2000 é que ambas as investigações foram ligadas, pelos testes de ADN, numa altura em que as autoridades começavam a reabrir casos arquivados na esperança que esta ferramenta ajudasse a levar, finalmente, os assassinos à Justiça.

A primeira conclusão que a polícia de South Wales tirou foi que o sémen descoberto nas roupas de Geraldine e Pauline era do mesmo homem que tinha violado Sandra. Contudo, este não estava registado no banco de ADN aberto recentemente.

As autoridades decidiram então começar a procurar entre jovens infratores. Foram milhares os perfis analisados. Depois de várias horas, reduziram a lista a 100 nomes. Todos correspondiam a metade do perfil do suspeito, ou seja, eram, segundo a BBC, "potencialmente filhos do triplo homicida".

Nessa altura foi só tentar ver se algum dos suspeitos tinha tido um Morris 1.100 de cor clara, correspondia à descrição da última pessoa que tinha sido vista com as vítimas e se já tinha sido condenado por violência ou crimes sexuais.

Depois de cruzar estes dados, a polícia chegou a Joseph Kappen, que já tinha sido interrogado em 1973, por ser um conhecido "bandido", com histórico de violência doméstica.

Apesar das suspeitas das autoridades, Joseph tinha um álibi. A mulher garantia que este tinha estado a arranjar o carro. Por isso, a sua culpa foi descartada.

30 anos depois, as autoridades finalmente voltaram a bater à sua porta. Mas havia um problema. Joseph tinha morrido de cancro do pulmão 11 anos antes, em 1990, aos 48 anos.

A polícia começou por solicitar o ADN da mulher e restantes filhos do suspeito e, com o aumento da probabilidade de terem realmente descoberto o assassino das três jovens, decidiu exumar o corpo.

Assim, em maio de 2002, foi feita história. O teste de ADN feito pelo hospital Morrison, em Swansea, provou que Joseph Kappen foi realmente o homicida das três adolescentes no verão de 1973.

Apesar de ter demorado três décadas, a conclusão do caso deu alguma serenidade às famílias e amigos. "Depois de todos estes anos, podem finalmente descansar em paz", declarou a amiga de Sandra, Theresa May, na série da BBC.

Leia Também: Bebés com ADN de três pessoas nascem pela primeira vez no Reino Unido

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