"Padrões duplos ocidentais" impedem países de aliar-se à Ucrânia

Para isso mudar, o chanceler alemão defende que o mundo deveria envolver-se mais com os países em desenvolvimento se quiser que eles defendam uma ordem internacional que, segundo ele, está ameaçada pela Rússia.

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Notícias ao Minuto
15/05/2023 20:45 ‧ 15/05/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Guerra na Ucrânia

O chanceler alemão Olaf Scholz defendeu, esta segunda-feira, em Berlim, que alguns países abstiveram-se de se aliar à Ucrânia contra a Rússia por causa da perceção de "padrões duplos ocidentais". 

Segundo Scholz, citado pela Reuters, uma "esmagadora maioria" de países concordou com os princípios de autodeterminação e integridade territorial pelos quais a Ucrânia está a lutar.

No entanto, na sua ótica, a vontade de cooperar será "limitada" de alguns deles se sentirem que "só os abordamos [a NATO] porque estamos interessados ​​nas matérias-primas ou porque queremos o apoio numa resolução da ONU".

Para isso mudar, Scholz defende que o mundo deveria envolver-se mais com os países em desenvolvimento se quiser que eles defendam uma ordem internacional que, segundo ele, está ameaçada pela Rússia.

"Quando falo com líderes desses países [sobre a Ucrânia], muitos me garantem que não estão a questionar os princípios fundamentais da nossa ordem internacional", referiu, acrescentando que, por outro lado, o "o que estão a enfrentar é a aplicação desigual desses princípios". "O que eles esperam é uma representação em termos iguais e o fim dos padrões duplos ocidentais", apontou ainda.

A resposta a esta "pergunta de um milhão de euros" deveria incluir oferecer-lhes mais representação na ONU, bem como dinheiro e tecnologia para combater a mudança climática, acrescentou.

Recorde-se que membros da ONU votaram, no ano passado, para exigir que a Rússia retire as suas tropas da Ucrânia. No entanto, economias emergentes poderosas, como Índia e África do Sul, abstiveram-se da votação.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Leia Também: Zelensky insiste em armas no balanço de périplo por capitais europeias

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