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"Sem a América, o México estaria a comer comida de gato enlatada"

Polémica frase do senador John Kennedy levou a uma resposta (de duas páginas) do embaixador do México nos Estados Unidos, Esteban Moctezuma.

"Sem a América, o México estaria a comer comida de gato enlatada"
Notícias ao Minuto

15:20 - 16/05/23 por Notícias ao Minuto

Mundo Polémica

"Sem o povo da América, o México, figurativamente falando, estaria a comer comida de gato enlatada e a viver numa tenda". Esta frase, proferida pelo senador republicano eleito pelo estado do Louisiana, John Kennedy, está no centro de uma enorme polémica que já levou a uma (forte) resposta por parte do embaixador do México nos Estados Unidos - que apelidou as declarações como "vulgares" e "racistas". 

Tudo começou numa audição, no passado dia 10 de maio, onde o senador norte-americano questionava Anne Milgram, a diretora da Drug Enforcement Administration, sobre a droga fentanil - e a alegada 'viagem' desta do México para os Estados Unidos, especifica o USA Today -, tendo dito a frase em questão.

Após a ter proferido (e neste contexto), a polémica instalou-se. E o embaixador Esteban Moctezuma decidiu responder ao que considerou ser um ataque ao seu povo. 

"Enquanto ouvia, a minha reação inicial foi responder-lhe no mesmo tom baixo, desinformado e arrogante que usou. Mas é sempre melhor usar o cérebro do que a coragem, por isso relembrei a vibrante relação que existe entre o México e os Estados Unidos", escreveu o embaixador. 

E acrescentou: "Pensei nos 33 milhões de turistas americanos que, no ano passado, visitaram o México motivados para conhecer nossa cultura; os 800 mil milhões de dólares do comércio entre os nossos dois países vieram à mente; e, claro, a deliciosa comida mexicana que a maioria dos americanos consome em milhares de restaurantes lotados". "Lembrei-me que a maioria dos americanos são amigos do México e que dois milhões de norte-americanos vivem lá"

Esteban Moctezuma fez ainda, na mesma missiva, questão de lembrar Kennedy da relação que o estado que representa tem com o país 'vizinho'. "Para o elucidar, o Louisiana beneficia grandemente da relação que tem com o México", asseverou, fazendo referência aos valores das exportações e às 'mexidas' na economia que as transações entre as duas regiões provocam, incluindo no emprego das populações. 

"Não creio que as pessoas do Louisiana se sintam representadas pelas palavras vulgares e racistas que usou", atirou, em seguida, Moctezuma.

De recordar que os Estados Unidos assinalaram em 9 de maio o Dia Nacional de Consciencialização sobre o Fentanil, uma droga sintética altamente viciante que já é a principal causa de morte entre menores de 50 anos

Os efeitos do opiáceo, 50 vezes mais potente que a heroína, são visíveis nas ruas de duas das cidades mais ricas do país, Los Angeles e São Francisco, onde alguns bairros estão transformados em zonas de consumo a céu aberto.  

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