EUA preparam lei para endurecer controlo a derivados do fentanil
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos preparam-se para votar esta quinta-feira um novo projeto de lei que visa os derivados do fentanil, na tentativa de conter o impacto que o poderoso opioide está a causar no país.
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Mundo Congresso
A regulamentação é promovida pelos congressistas republicanos Morgan Griffith e Bob Latta, mas ambos referiram esta terça-feira que a gravidade da situação os fará conseguir apoio bipartidário suficiente na câmara baixa do Congresso, que tem maioria republicana.
Este projeto de lei colocará permanentemente os derivados do fentanil na categoria mais estrita de drogas a nível federal.
Também facilitará a investigação para que os efeitos da droga na saúde das pessoas possam ser melhor compreendidos.
O fentanil, como recordaram os republicanos, é a principal causa de morte nos Estados Unidos entre adultos dos 18 aos 49 anos.
Em 2022, mais de 109.000 pessoas morreram de overdose no país e cerca de 75.000 devido a opioides sintéticos, principalmente fentanil ou derivados.
"Todos os dias nos Estados Unidos cerca de 300 jovens morrem de overdose. Imagine que todos os dias um avião com 300 passageiros caia do céu. Não chegaríamos ao final da semana sem parar tudo para saber o que acontece", sublinhou esta terça-feira o 'número dois' dos republicanos na Câmara dos Representantes, Steve Scalise, em conferência de imprensa.
Scalise acrescentou que o Presidente Joe Biden pode atuar sobre este tema.
"Isto acontece porque a fronteira sul do país está aberta. Os chineses fabricam esta droga, mandam para o México e colocam-na nos Estados Unidos", realçou o congressista republicano, confiante de que este novo projeto de lei contribuirá para acabar com à epidemia.
Este mês, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, acusou a China de permitir o envio para o México de substâncias químicas utilizadas no fabrico do fentanil que é traficado para os Estados Unidos.
Durante uma audição perante um comité do Senado dos Estados Unidos, o chefe da diplomacia norte-americana criticou Pequim por não "estar a cooperar genuinamente" com Washington para conter o narcotráfico.
O fentanil, um opioide sintético entre 50 e 100 vezes mais potente que a morfina e que é misturado a outras drogas para potenciar o seu efeito, causou uma crise de saúde pública nos Estados Unidos.
Para pressionar a China sobre esta matéria, o Governo liderado por Joe Biden está a construir "uma coligação internacional contra o fentanil" porque este é "um problema global", acrescentou Blinken.
Este tema também prejudicou a relação dos Estados Unidos com o México, já que Washington garantiu que o seu vizinho deveria fazer "mais" para travar o tráfico de fentanil, enquanto os republicanos pediram uma intervenção militar em território mexicano.
Por sua vez, o Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, negou que o fentanil seja fabricado no seu país e garantiu que essa droga vem diretamente da China para a América do Norte, principalmente para os Estados Unidos.
Mas Pequim negou esta acusação, na sequência de uma carta que López Obrador enviou em abril ao seu homólogo Xi Jinping, a pedir ajuda no combate a esta droga.
O chefe da diplomacia dos EUA observou que o México apreendeu "quantidades recordes" de fentanil no ano passado, mas insistiu que "mais esforços e recursos são claramente necessários".
Leia Também: China "permite" envio de precursores químicos do fentanil para o México
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