Apoiantes de candidato no Senegal e polícia envolvem-se em confrontos

A polícia do Senegal disparou hoje gás lacrimogéneo contra os manifestantes concentrados perto da residência do líder da oposição, enviado para casa pelas autoridades depois de participar na caravana que iria levá-lo até à capital.

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Lusa
29/05/2023 23:47 ‧ 29/05/2023 por Lusa

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Senegal

De acordo com a AP, Ousmane Sonko foi detido quando participava na caravana que devia acompanhá-lo desde a sua cidade natal até à capital, Dacar, nas vésperas de uma decisão judicial que vai determinar a sua possível participação nas eleições presidenciais, nas quais poderá defrontar o atual Presidente, Macky Sall.

Os confrontos entre as autoridades e os apoiantes, que procuravam chegar perto da residência mas enfrentaram a oposição da polícia, aconteceram depois de Soko ter anunciado uma "caravana da liberdade", que o deveria levar desde a sua terra natal, Ziguinchor, na qual é autarca, até à capital, Dacar, mas as autoridades acabaram por detê-lo e levá-lo a casa, alegando que estava a participar numa caravana ilegal.

Ousmane Sonko está a ser julgado por violação e ameaças de morte a uma jovem massagista, e enfrenta uma sentença que pode chegar a 10 anos de prisão, para além da impossibilidade de concorrer a eleições.

Os seus apoiantes rejeitam as acusações e dizem tratar-se de um ataque político com o objetivo de impedir Sonko de desafiar Maky Sall, que deverá concorrer a novo mandato nas próximas presidenciais.

Os protestos começaram a ficar cada vez mais violentos à medida que se aproxima a data eleitoral, e na semana passada uma pessoa morreu e várias ficaram feridas durante confrontos em Kolda, uma cidade no sul do Senegal.

Ousmane Sonko, líder do partido Pastef-les Patriotes, que ficou em terceiro lugar na eleição presidencial de 2019, não compareceu no tribunal durante o processo de violação, dizendo temer pela sua segurança e questionando a imparcialidade da justiça.

O dirigente da oposição sempre refutou as acusações e afirmou que as autoridades estavam a conspirar para o manter fora das eleições presidenciais.

Sonko está a pôr em risco a sua elegibilidade, já comprometida por uma pena suspensa de seis meses por difamação contra um ministro.

Em 2021, a sua detenção quando se deslocava numa comitiva para o tribunal para onde tinha sido convocado, numa altura em que o caso de alegada violação tinha acabado de eclodir, contribuiu para desencadear vários dias de tumultos que provocaram pelo menos 12 mortos.

Prevê-se que as tensões voltem a aumentar na quinta-feira, data agendada para a leitura do veredicto, sabendo-se que o Ministério Público senegalês pediu uma pena de 10 anos de cadeia.

Leia Também: Procurador pede dez anos de prisão para opositor no Senegal por violação

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