De acordo com um comunicado, o acordo foi assinado na capital norte-americana, Washington, na quinta-feira, pela representante de Taiwan nos EUA, Hsiao Bi-khim, e por Ingrid Larson, diretora executiva do Instituto Norte-americano em Taiwan, a embaixada 'de facto' dos Estados Unidos em Taipei.
O negociador do lado de Taiwan, John Deng Chen-chung, descreveu o acordo como "um passo crucial na negociação e assinatura de acordos comerciais com grandes potências comerciais", referiu o comunicado.
O Governo de Taiwan disse que a iniciativa irá "seguramente aumentar as oportunidades para participar em acordos comerciais regionais", incluindo o Acordo Progressivo e Abrangente para a Parceria Transpacífica (CPTPP, na sigla em inglês).
Em setembro de 2021, Taiwan pediu a adesão ao CPTPP, um dos maiores acordos comerciais do mundo. A China, que se tinha candidatado ao acordo no mesmo mês, opôs-se "categoricamente" ao pedido de Taipé.
O comunicado disse que a facilitação do comércio com os Estados Unidos e dos procedimentos nas alfândegas e a introdução de medidas anticorrupção irá "criar mais oportunidades e benefícios substanciais para as pequenas e médias empresas" da ilha.
Os Estados Unidos não têm relações oficiais com Taiwan, mas mantêm extensos laços informais e trocas comerciais avaliadas em milhares de milhões de dólares.
A China criticou na quinta-feira os planos dos Estados Unidos para assinar um tratado comercial com Taiwan e pediu a Washington que interrompa os contactos oficiais com a ilha, que Pequim reivindica como parte do seu território.
"Os Estados Unidos devem interromper qualquer forma de intercâmbio oficial com Taiwan, absterem-se de negociar acordos com Taiwan que tenham caráter soberano ou de natureza oficial e absterem-se de enviar sinais errados às forças separatistas de Taiwan", disse a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning.
O acordo foi assinado numa altura em que a China exerce crescente pressão para intimidar Taiwan, através do envio de aviões e navios de guerra para perto do território, com frequência quase diária.
Vários políticos norte-americanos e europeus visitaram Taiwan nos últimos meses, numa demonstração de apoio ao governo eleito do território.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.
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