"Esta manhã, o Governo espanhol solicitou formalmente à presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, o adiamento da comparência do presidente do Governo perante a sessão plenária do Parlamento Europeu para apresentar as prioridades da presidência espanhola do Conselho da União Europeia (UE)", indicou hoje fonte do executivo de Pedro Sánchez, numa nota enviada à agência Lusa.
Na mesma nota, a fonte explicou que a decisão já tinha sido comunicada à Direção-Geral da Comunicação do Parlamento Europeu na passada terça-feira, um dia depois de o chefe de Governo, Pedro Sánchez, ter anunciado a convocação de eleições legislativas antecipadas para 23 de julho.
Como o discurso do presidente do Governo no Parlamento Europeu estava previsto para 13 de julho, o que coincide com a campanha eleitoral, "a comparência foi adiada para a sessão plenária de setembro", adiantou a mesma fonte espanhola, numa alusão ao facto de, em agosto, as instituições europeias estarem praticamente fechadas.
Cabe a Roberta Metsola decidir quando responder, mas esta é apenas uma formalidade, até porque a comparência não é obrigatória.
Espanha assume, entre julho e dezembro, a presidência rotativa do Conselho da UE, altura na qual irá também a votos.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou no início desta semana a dissolução do parlamento e a antecipação das eleições legislativas nacionais para 23 de julho, na sequência da derrota dos socialistas, que lidera, nas regionais e municipais de domingo passado.
As eleições legislativas espanholas estavam previstas para dentro de seis meses, em dezembro.
Pedro Sánchez é primeiro-ministro de Espanha desde 2018 e na atual legislatura, iniciada em janeiro de 2020, liderou um executivo de coligação entre o Partido Socialista (PSOE) e a plataforma de extrema-esquerda Unidas Podemos.
No domingo passado, o mapa regional e autárquico de Espanha deixou de ser dominado pelos socialistas com as eleições regionais e locais, que o Partido Popular (PP, direita) ganhou, reivindicando o início de um "novo ciclo político" no país.
O PSOE liderava os executivos regionais de nove das 12 regiões autónomas que tiveram eleições no domingo e perdeu mais de metade, conservando apenas quatro: Astúrias, Canárias, Castela La Mancha e Navarra.
Já o PP, que só governava duas das regiões que no domingo foram a votos (Madrid e Múrcia), poderá ficar a liderar oito, a que se juntam Andaluzia e Castela e Leão, que anteciparam para 2022 as eleições e que a força da direita espanhola também ganhou.
Como não venceu com maioria absoluta em todas as regiões, o PP vai depender em alguns casos do apoio do VOX (extrema-direita) para conseguir governar, como é o caso da Extremadura, Aragão ou Baleares.
O VOX entrou pela primeira vez num governo em Espanha em 2022, em Castela e Leão, coligado com o PP.
Nas eleições municipais, que se realizaram em todo o país, o PP foi também o partido globalmente mais votado, conseguiu uma maioria absoluta na capital espanhola, Madrid, e conquistou à esquerda grandes cidades, como Sevilha e Valência.
Tal como em algumas regiões, o PP também vai depender do VOX para governar municípios em que ganhou no domingo.
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