O autarca de Miami, Francis Suárez, disse hoje em conferência de imprensa que, como parte das medidas de segurança em vigor, foram fechadas algumas ruas adjacentes ao prédio do tribunal, onde dezenas de equipas de reportagem estão fixadas há dias.
Suárez disse que não se registaram ameaças de nenhum tipo e que a polícia local está a levar em consideração a convocação de manifestações de apoiantes e opositores do ex-presidente, tendo defendido o direito de protesto, mas pediu que decorram de forma pacífica.
"A preparar-me para ir para a Miami. Devemos todos ser fortes e derrotar os comunistas, marxistas e lunáticos da esquerda radical que estão a destruir sistematicamente o nosso país. Fazer a América Grande Novamente!", escreveu Trump esta manhã na sua rede social, a Truth Social, antes de embarcar num avião para o sul da Florida.
Trump falará sobre a acusação contra si esta noite exclusivamente com o Americano Media, o primeiro órgão de comunicação hispânico a entrevistá-lo depois que o procurador especial Jack Smith o acusou de 37 crimes federais.
Por sua vez, o Serviço Secreto dos Estados Unidos, responsável garantir a segurança dos ex-presidentes, sugeriu, sem sucesso, que Trump viajasse na manhã de terça-feira.
A Polícia do Condado de Miami-Dade manifestou-se no mesmo sentido, acrescentando que até ao momento não recebeu nenhum pedido das autoridades federais para fornecer apoio de segurança.
Do resort 'Trump National Doral Miami', o ex-presidente partirá na terça-feira para o tribunal, ao qual terá acesso através de um túnel subterrâneo e onde agentes dos US Marshals tirarão as suas impressões digitais, informou hoje o canal norte-americano NBC.
No tribunal, espera-se que Trump se declare inocente.
Conforme noticiado pela imprensa norte-americana, entre as manifestações convocadas para terça-feira fora do tribunal está a organizada por uma filial do grupo de extrema-direita Proud Boys, cujos membros foram considerados culpados pelo seu papel no ataque ao Capitólio norte-americano, em 06 de janeiro de 2021.
Na audiência de terça-feira, a equipa do procurador Jack Smith apresentará formalmente as 37 acusações criminais que pesam contra Trump.
A acusação inédita, que ocorre em plena campanha do ex-presidente para as primárias republicanas com vistas ao seu regresso à Casa Branca, tem sido criticada não só por Trump - que se diz vítima de "uma caça às bruxas" -, mas também por figuras do Partido Republicano e rivais do magnata, como o governador da Florida, Ron DeSantis.
O próprio Trump, favorito nas primárias republicanas, chamou a acusação de "ridícula" e "sem fundamento" durante eventos realizados no fim de semana na Carolina do Norte e na Geórgia.
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