Israel retirou soldados encurralados após operação em Jenin
O Exército israelita confirmou hoje que pelo menos cinco viaturas militares ficaram retidas em Jenin, na Cisjordânia, após terem eclodido confrontos na zona durante uma operação de segurança na região, que deixou encurralados vários soldados entretanto resgatados.
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Mundo Cisjordânia
A ação, que provocou a morte a quatro palestinianos, visava deter dois suspeitos de pertencerem ao Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e à Jihad Islâmica, entretanto detidos, mas, após a eclosão dos confrontos, o exército israelita teve que "lançar uma operação logística sob fogo" para retirar os soldados encurralados, o que foi conseguido.
O porta-voz do exército israelita, Richard Hecht, indicou, num encontro com jornalistas, que os militares e os agentes da Polícia de Fronteiras foram destacados na madrugada de segunda-feira para a operação, que descreveu como "uma atividade de rotina", no âmbito da qual se registou a explosão de um engenho "bastante avançado" quando passava um veículo militar.
Hecht, que não adiantou se se registaram vítimas mortais entre o exército israelita, sublinhou que, após a explosão, foi desencadeada na sequência de uma operação de retirada dos feridos - dois militares e cinco agentes da Polícia de Fronteiras - do local, situado numa zona próxima de um campo de refugiados da região.
"Trata-se de uma operação logística sob fogo", precisou Hecht, que sublinhou que a zona onde ocorreu a explosão é "muito problemática" devido à presença de pessoas armadas nas imediações.
No âmbito da operação, o exército israelita enviou um helicóptero para o local para tentar ajudar a retirar os militares sitiados, mas a aeronave foi alvo de fogo por parte das milícias palestinianas.
Um helicóptero militar Apache foi então enviado para o local e abriu fogo sobre os suspeitos, no primeiro ataque deste género desde o fim da segunda 'Intifada', ou a "Guerra das Pedras".
Hecht sublinhou que as tropas israelitas tinham deslocado "equipamento pesado" para evacuar os soldados que se encontravam encurralados no local, sem que, até ao momento, tenha sido informado do seu número ou se havia feridos entre eles.
"Não estamos à procura de mais alvos, estamos a proteger o perímetro para que os veículos possam sair e levá-los para outra área", disse o porta-voz do exército, que salientou que desde o início da operação, "cerca de 100 soldados" foram enviados para Jenin.
"Cerca de duas companhias. Estamos a enviar reforços", disse aos jornalistas, negando, porém, que a incursão tenha sido inicialmente "uma operação planeada em grande escala".
Hecht afirmou que foram enviados 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados) para a zona, principalmente para vigilância, antes de sublinhar que a "quantidade maciça de fogo" contra as suas forças e os explosivos "vão afetar a forma como Israel opera na zona".
"Temos de analisar a forma como conduzimos as nossas operações, mas não vamos parar", disse, confirmando que as forças israelitas estão a analisar o tipo de explosivo utilizado, que reconheceu ser "um problema".
Os confrontos provocaram a morte a quatro palestinianos (o balanço anterior dava conta de três vítimas mortais), incluindo um menor de 15 anos, e 45 feridos, cinco deles em estado grave, segundo a conta do Ministério da Saúde palestiniano na rede social Facebook.
Por seu lado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros palestiniano condenou "nos termos mais fortes" a "agressão contínua da ocupação" contra Jenin "e outras áreas", bem como "as execuções extrajudiciais e os castigos coletivos atrozes daí resultantes", segundo um comunicado publicado no portal na Internet.
Também numa rede social, mas no Twitter, o secretário do Comité Executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Hussein al-Sheikh, denunciou a existência de uma "guerra feroz e aberta" de Israel contra o povo palestiniano a nível "político, económico e de segurança".
"Estamos no meio de uma batalha global em todas as frentes que exige a unidade do nosso povo face à agressão. Devem ser tomadas medidas sem precedentes na reunião de emergência que será presidida pelo Presidente [da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas]", afirmou.
O Hamas, por seu lado, prestou homenagem aos mortos na "bárbara" incursão israelita e aplaudiu "a resposta heroica da resistência, com balas e explosivos", que causou "baixas nas fileiras da ocupação".
O porta-voz do grupo, Hazem Qasem, afirmou que "a ocupação está longe de ganhar a batalha contra a resistência em Jenin".
"Jenin prova mais uma vez que é invencível", afirmou, sublinhando que "a ocupação é surpreendida sempre que tenta acabar com a resistência".
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