A incursão armada de Israel, que visava deter dois suspeitos de pertencerem ao Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e à Jihad Islâmica, entretanto detidos, obteve uma resposta bélica das milícias palestinianas de Jenin, que deixou feridos pelo menos sete soldados israelitas.
"Esta agressão contra Jenin é uma escalada da agressão israelita e da guerra aberta conduzida pelas autoridades de ocupação contra o povo palestiniano e o seu território", denunciou o secretário-adjunto da Liga Árabe para os Assuntos Palestinianos, Saied Abu Ali.
Abu Ali lamentou também a decisão "muito grave" tomada domingo pelos israelitas de "acelerar a expansão colonialista com colonatos" visando uma "limpeza étnica criminosa" contra o povo palestiniano.
Num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio, o Cairo condenou "o ataque das forças israelitas [...], bem como os ataques aéreos e os disparos contra civis que o acompanharam".
"[O Egito expressa a] rejeição total a esta agressão e alerta para os perigos de uma escalada contínua contra o povo palestiniano, uma vez que tais ataques apenas vêm inflamar a situação, correndo-se o risco de deixá-la fora de controlo, e minam os esforços de desanuviamento nos territórios ocupados"", lê-se na nota.
No mesmo tom, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia sublinhou a necessidade de se pôr termo às "contínuas irrupções" nas cidades palestinianas, de as "proteger de agressões repetidas", bem como de "parar a escalada que viola o direito humanitário internacional e os compromissos de Israel enquanto força ocupante".
O Ministério da Saúde palestiniano afirmou que, entre os quatro mortos, está um menor de 15 anos, e entre os feridos - pelo menos 17 dos quais com ferimentos de bala e nove em estado grave - está uma "rapariga com um ferimento crítico na cabeça".
A Cisjordânia ocupada está a viver o seu maior pico de violência desde a Segunda Intifada (2000-2005), com 129 palestinianos mortos até agora este ano, muitos deles milicianos, mas também civis, incluindo 22 menores, a maior parte deles em confrontos armados com as tropas israelitas, que intensificaram as suas incursões na região, especialmente na zona de Nablus e Jenin.
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