"Tenho a certeza de que já não está em Moscovo", declarou Zelensky no seu discurso diário, concluindo que o Presidente russo "criou ele próprio esta ameaça", da revolta do grupo liderado Yevgeny Prigozhin e da movimentação dos mercenários em direção a Moscovo, entretanto suspensa.
"Hoje, o mundo viu que a liderança russa não tem controlo sobre nada. Nada mesmo. É o caos total", acrescentou o Presidente ucraniano.
Prigozhin reivindicou hoje a ocupação de Rostov, cidade-chave no sul da Rússia para guerra na Ucrânia, e apelou a uma rebelião contra o comando militar russo, que acusou de atacar os seus combatentes, mas, entretanto, aceitou suspender as movimentações, depois de ter negociado com o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.
Ao final da tarde, Prigozhin aceitou suspender as movimentações da rebelião na Rússia contra o comando militar, depois de ter negociado com o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.
"Yevgeny Prigozhin aceitou a proposta [...] de parar as movimentações dos homens armados do grupo Wagner e tomar medidas para reduzir as tensões", adiantou o canal não oficial da Presidência Bielorrussa no serviço de mensagens Telegram.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou a ação do grupo paramilitar de rebelião, afirmando tratar-se de uma "ameaça mortal" ao Estado russo e uma traição, garantindo que não vai deixar acontecer uma "guerra civil".
Prigozhin acusara antes o Exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, causando "um número muito grande de vítimas", acusações negadas pelo Ministério da Defesa da Rússia.
As acusações de Prigozhin expõem profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia.
Na sua mensagem entretanto divulgada, Zelensky afirma que a Ucrânia está a proteger a Europa da Rússia e "é tempo de a dotar de todas as armas necessárias", incluindo caças F-16 e mísseis táticos ATACMS (sistema de mísseis táticos do exército), com um alcance de 300 quilómetros, defendeu o presidente ucraniano.
"A segurança do flanco oriental da Europa depende exclusivamente da nossa defesa", afirmou Zelensky no seu discurso diário, reiterando que "chegou o momento de fornecer todas as armas necessárias" para esse efeito.
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