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Rússia continuará a operar com a RCA com ou sem grupo Wagner

A Rússia continuará a operar ao lado do exército da República Centro-Africana, com o grupo Wagner ou outro, porque o contrato é com Moscovo e não com um contingente específico, assegurou hoje um conselheiro da presidência do país africano.

Rússia continuará a operar com a RCA com ou sem grupo Wagner
Notícias ao Minuto

17:48 - 26/06/23 por Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

"A República Centro-Africana assinou [em 2018, nota do editor] um acordo de defesa com a Federação Russa e não com o Wagner", sustentou, em declarações à agência France-Presse, Fidèle Gouandjika, conselheiro especial do Presidente, Faustin Archange Touadéra, referindo-se ao grupo de mercenários que se rebelou brevemente contra o Kremlin.

"A Rússia subcontratou o [grupo] Wagner, se a Rússia já não está de acordo com ele, então enviará um outro contingente", porque na República Centro-Africana (RCA), como em "outros teatros de operações" no mundo, "podem mudar de líder, mas continuarão a operar em nome da Federação Russa", assegurou.

Este anúncio surge pouco depois de o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, ter afirmado que o grupo de mercenários vai "continuar" a operar no Mali e na RCA, continuando a descrever os paramilitares do grupo Wagner como "instrutores".

O grupo paramilitar Wagner levou a cabo, durante cerca de 24 horas, uma rebelião na Rússia contra o comando militar, movimentações que foram paradas pelo seu líder, Yevgeny Prigozhin, no sábado.

"O caso entre Yevgeny Prigozhin e [o Presidente russo] Vladimir Putin não é da nossa conta, é um assunto interno da Rússia", disse o conselheiro especial do Presidente centro-africano.

Centenas de mercenários do grupo Wagner desembarcaram na RCA em 2018, segundo Moscovo para treinar o exército, e porque o regime de Touadéra acusou a França, antiga potência colonial, de abandono na luta contra grupos rebeldes armados que ocupavam dois terços do território desde o início de uma sangrenta guerra civil em 2013.

No final de 2020, Touadéra, ameaçado por uma ofensiva rebelde na capital, Bangui, chamou Moscovo em socorro e centenas de outros mercenários russos desembarcaram e rapidamente expulsaram os grupos armados da maioria dos territórios que controlavam.

Desde então, as Nações Unidas, outras organizações internacionais e Paris acusam os russos - bem como os rebeldes e soldados centro-africanos - de abusos e crimes contra civis.

Também acusam o Wagner de se ter tornado um "grupo predador" dos parcos recursos - diamantes, ouro e madeira - deste país, um dos menos desenvolvidos do mundo.

O grupo Wagner possui mercenários em vários países de África, um fator que suscitou suspeitas sobre o envolvimento de Moscovo em vários conflitos no continente.

O chefe da diplomacia russa assegurou hoje que a rebelião da organização na Rússia não afetará a relação entre Moscovo e os seus amigos e insistiu na ideia de que RCA e Mali se viraram para a Rússia e o grupo Wagner para terem instrutores militares e "garantir a segurança dos seus dirigentes".

Leia Também: Prigozhin diz que rebelião não era para "destronar liderança da Rússia"

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