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Onze dias após desastre com Titan, OceanGate continua a anunciar missões

A empresa enumera também Paul-Henri Nargeolet, uma das vítimas mortais, como um dos especialistas que poderá "juntar-se a si na expedição".

Onze dias após desastre com Titan, OceanGate continua a anunciar missões

Ao fim de 11 dias do início da expedição que culminou com uma "implosão catastrófica" do submarino Titan e com a morte dos cinco passageiros que seguiam a bordo, a empresa OceanGate ainda tem ativa a página em que anuncia as missões subaquáticas até aos destroços do Titanic, que naufragou nas águas do Atlântico Norte em 1912.

"Torne-se um dos poucos a ver o Titanic com os seus próprios olhos. Viajantes intrépidos partirão da costa atlântica do Canadá para uma expedição de oito dias para mergulhar no icónico naufrágio que fica a 612 quilómetros da costa e a 3.800 metros abaixo da superfície", lê-se no site, que adianta que a expedição "proporcionará não só uma experiência de viagem emocionante e única, mas também ajudará a comunidade científica a aprender mais sobre o naufrágio e o ambiente no fundo do oceano".

A página assinala ainda que a expedição de 2023 está a decorrer, apontando que estão marcadas outras duas missões para junho de 2024 – que foram, entretanto, canceladas, ainda que o site não tenha sido atualizado.

A empresa enumera também Paul-Henri Nargeolet, uma das vítimas do desastre, como um dos especialistas que poderá "juntar-se a si na expedição".

Na quarta-feira, as autoridades canadianas recolheram os destroços do submersível no porto de St. John’s, numa operação que contou também com o apoio da Guarda Costeira dos Estados Unidos.

Mais tarde, o organismo revelou que foram encontrados possíveis "restos mortais" nestes componentes do Titan, que serão analisados por uma equipa médica.

Recorde-se que o submarino transportava o empresário e explorador Hamish Harding, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e o filho, Suleman Dawood, além do CEO da OceanGate, Stockton Rush, bem como o especialista no Titanic Paul-Henri Nargeolet.

Apesar da esperança de que os tripulantes pudessem estar vivos, depois de sons subaquáticos terem sido detetados na passada quarta-feira, a operação contrarrelógio teve um fim trágico com a localização de escombros na área dos destroços do Titanic, que correspondiam à parte exterior do submersível.

De notar que James Cameron, o diretor do filme 'Titanic' que desenhou submarinos capazes de atingir uma profundidade três vezes superior à do Titan, equacionou que os críticos de Stockton Rush estavam corretos ao denunciar que um casco de fibra de carbono e titânio permitiria a entrada microscópica de água, levando a uma falha progressiva do veículo ao longo do tempo. Contudo, o CEO da OceanGate acreditava que a fibra de carbono teria uma relação força-flutuabilidade melhor do que o titânio.

Sublinhe-se ainda que, em 2018, um funcionário da OceanGate foi demitido por ter alertado para preocupações com o controlo de qualidade do Titan, tendo sido acusado pela empresa de quebra de contrato, fraude e apropriação indevida de segredos comerciais. O homem recusou as acusações e processou a entidade, num processo que foi resolvido fora do tribunal.

Já em 2021, a OceanGate assegurou que o submersível "foi construído e projetado em consulta com engenheiros e fabricantes especializados", além de incluir "vários sistemas de segurança".

A Guarda Costeira dos Estados Unidos continua a investigar o caso, de forma a apurar o que é que correu mal nesta expedição.

Leia Também: Possíveis "restos mortais" encontrados nos destroços do Titan

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