"Pelo menos 354 pessoas, incluindo seis mulheres, foram executadas nos primeiros seis meses de 2023", indicou a ONG num relatório, em que sublinha que 206 destas execuções estão relacionadas com delitos de drogas, um aumento de 126% face ao mesmo período do ano passado.
A organização precisou que as autoridades do Irão apenas informaram sobre 43 execuções, 12% do total.
Do total de execuções, 71 pessoas (20%) provinham da minoria baluche, uma etnia maioritariamente sunita que se concentra essencialmente na província do Baluchistão, perto da fronteira com o Paquistão.
Esta província foi objeto de intensas operações da Guarda Revolucionária durante a dura repressão dos protestos de setembro de 2022. Centenas de baluches foram mortos em ações militares nas regiões de Zaheda e Jash.
Em 2022 foram executadas pelo menos 576 pessoas, em comparação com as 314 registadas no ano anterior.
No corrente ano, a Amnistia Internacional referiu-se a 282 execuções, de acordo com dados da organização.
"A pena de morte é utilizada para gerar medo social e evitar mais protestos", considerou o diretor do IHR, Mahmud Amiri-Moghaddem.
"A maioria dos mortos são vítimas 'low-cost' para a máquina de matar: acusados por drogas e das comunidades mais marginalizadas", acrescentou, citado pela agência noticiosa espanhola Europa Press.
"Guerra aos pobres" é a expressão utilizada pela Amnistia Internacional para qualificar estas execuções realizadas pelo regime de Teerão.
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