"É claro que a visita de [o presidente russo, Vladimir] Putin [à China] está na ordem do dia, cujo calendário teremos ainda de determinar exatamente", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, na tradicional conferência de imprensa diária.
O senador russo Andrei Denisov, primeiro vice-presidente da Comissão para os Assuntos Internacionais, disse à agência noticiosa estatal TASS, a partir de Pequim, que o chefe de Estado chinês, Xi Jinping, tinha dito à presidente do Senado russo, Valentina Matviyenko, que esperava Putin em outubro próximo.
"É um momento absolutamente oportuno para manter a dinâmica do desenvolvimento das relações bilaterais russo-chinesas", afirmou o porta-voz do Kremlin.
Peskov reiterou que a interação entre Moscovo e Pequim nunca foi dirigida contra países terceiros, mas para beneficiar os povos russo e chinês.
O porta-voz do Kremlin sublinhou que a agenda da visita de Putin à China incluirá temas "já claros" e "bastante volumosos", como o comércio bilateral, a cooperação económica e a situação global e regional.
Peskov indicou que a Rússia e a China têm uma visão semelhante da essência das relações internacionais e que, por conseguinte, existem "boas perspetivas" para "um maior debate e uma interação construtiva".
Em fevereiro de 2022, pouco antes do início da invasão militar russa da Ucrânia, Putin e Xi Jinping proclamaram em Pequim a "amizade sem limites" entre os dois países.
Em março deste ano, durante a visita de Xi Jinping à Rússia, o líder chinês tentou convencer Putin da sua iniciativa de paz para o conflito na Ucrânia composto por 12 pontos e, segundo o Financial Times, advertiu o homólogo russo contra a utilização de armas nucleares.
No início de julho, e numa reação a estes dados divulgados, Peskov disse que não podia confirmar estes factos, mas afirmou que foram fornecidas muitas informações sobre a visita e que "tudo o resto é ficção".
A par da atual visita de Matviyenko à China, o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, também esteve recentemente em Pequim para retomar as consultas a este nível.
Entretanto, do lado chinês, o ministro da Defesa, Li Shangfu, visitou Moscovo em abril e, em maio, o enviado especial da China para a região euro-asiática, Li Hui, deslocou-se à capital russa para apresentar o plano de paz da China para a Ucrânia e as perspetivas de resolução do conflito.
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