Esta é a primeira morte de um bombeiro desde o início desta histórica temporada de incêndios no Canadá, com mais de 900 incêndios ativos atualmente, incluindo mais de 570 fora de controlo.
"É com pesar que o nosso sindicato lamenta a perda de um membro da família, que morreu a lutar contra um incêndio nos arredores de Revelstoke", em Colúmbia Britânica, revelou o sindicato BCGEU.
A bombeira "morreu enquanto combatia um incêndio", adiantou o Corpo de Bombeiros da Colúmbia Britânica (BCWS), numa resposta à agência France-Presse (AFP) por correio eletrónico, sem fornecer mais detalhes.
O último bombeiro a morrer durante o combate naquela província canadiana foi em 2020.
A polícia federal e a agência de saúde e segurança daquela província iniciaram uma investigação.
O primeiro-ministro Justin Trudeau recordou esta sexta-feira que a situação no país continua "extremamente grave", lamentando a morte "de partir o coração".
"Nunca devemos esquecer os riscos que estes heróis correm sempre que se deparam com o perigo", apontou Trudeau.
No país, o número de incêndios continua a aumentar, particularmente no oeste, onde em poucos dias se registaram várias centenas de focos de incêndios, maioritariamente desencadeados por trovoadas.
A Colúmbia Britânica, que recentemente ordenou novas evacuações, solicitou a assistência de 1.000 bombeiros internacionais adicionais.
Mas "é muito difícil obter recursos adicionais de combate a incêndios", explicou Cliff Chapman, porta-voz do corpo de bombeiros da província, na quinta-feira.
"É um trabalho muito perigoso. As condições em que nos encontramos tornam ainda mais perigoso para o nosso pessoal que trabalha 14, 16, 20 horas por dia a tentar fazer de tudo para manter esses incêndios longe de áreas estratégicas", acrescentou.
E a situação não vai melhorar com "o clima quente e seco esperado nos próximos meses", alertou Sarah Budd, do BCWS, à AFP: "Não esperamos nenhuma trégua do clima".
Com 9,7 milhões de hectares já consumidos pelos fogos em todo o país - ou seja, 11 vezes a média da última década -, o recorde anual absoluto de 1989 já foi amplamente superado.
O leste e o oeste do país são afetados simultaneamente e algumas províncias não acostumadas a incêndios também são afetadas.
Apenas um dos incêndios florestais que afetaram o norte do Quebec consumiu mais de um milhão de hectares.
O Canadá, que devido à sua localização geográfica está a aquecer mais rapidamente do que o resto do planeta, tem-se confrontado nos últimos anos com eventos meteorológicos extremos cuja intensidade e frequência têm sido aumentadas pelas alterações climáticas.
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