De acordo com a agência France-Presse (AFP), esta decisão está ligada à preocupação em preservar os volumes dos cereais antes das próximas colheitas e, "de forma alguma" ao fim do acordo entre Moscovo e Kiev, que permitiu à Ucrânia exportar cereais, nomeadamente para África, apesar da guerra, declarou o Ministério do Comércio guineense.
"Estamos a entrar num período de escassez, precisamos de reabastecer as nossas reservas para garantir a soberania alimentar e a paz social", disse um funcionário do Ministério do Comércio, citado pela AFP.
A suspensão das exportações diz respeito a cerca de 15 produtos alimentares de base (arroz, cebolas, batatas, malaguetas secas, malaguetas frescas, beringelas, quiabos, tomates frescos, taro, mandioca, milho, farinhas de mandioca e de milho, inhame, batata-doce e óleo de palma), indicou o ministério num comunicado datado de segunda-feira e enviado hoje à AFP.
A exportação destes produtos é "proibida por um período de seis meses", sob pena de multas ou mesmo de ação penal, lê-se no texto.
A Guiné, um dos países mais pobres do mundo apesar do seu subsolo rico em ferro, bauxite e ouro, nomeadamente, exporta habitualmente estes produtos agrícolas para muitos países da África Ocidental.
Na segunda-feira, Moscovo recusou prolongar o acordo sobre os cereais assinado com a Ucrânia em julho do ano passado sob a égide das Nações Unidas e da Turquia, e posteriormente prolongado várias vezes, denunciando os obstáculos ao comércio de fertilizantes e de outros produtos russos.
Este acordo permitiu a exportação de cereais ucranianos através do Mar Negro, apesar da invasão russa, em benefício, nomeadamente, dos países africanos.
A Guiné é governada desde 2021 por uma junta, que tomou o poder através de um golpe de Estado e que, sob pressão internacional, concordou em entregar o poder a civis eleitos até ao final de 2024.
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