O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, falou, esta quinta-feira sobre os dados do serviço europeu Copernicus (C3S), que revelou hoje que este mês deverá ser o mês mais quente alguma vez registado.
"Não se consegue respirar. O calor é insuportável e o nível de receitas a partir dos combustíveis e a inação climática é inaceitável. Os líderes têm de liderar", referiu, na sede da ONU, em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
O responsável sublinhou que "não há mais desculpas". "Não podemos continuar que outros façam algo primeiro. Já não há tempo para isso", atirou.
Guterres lembrou ainda que ainda era possível evitar a subida da temperatura em 1,5º C e evitar o pior das alterações climática. "Mas apenas com ação imediata e dramática", avisou, reconhecendo algum processo no âmbito das energias renováveis. Ainda assim não foi o suficiente, "nem rápido", atirou.
"Os líderes e países do G20, responsáveis por 80% pelas emissões têm de dar um passo a favor da justiça e ação climática", aconselhou, reforçando mais uma vez que as ações têm de ser tomadas de forma rápida.
"Todos os atores têm de se juntar para acelerar uma transição justa e equitativa dos combustíveis fósseis para as energias renováveis. Temos de ter os objetivos alinhados com o limite do aumento do 1,5º C", rematou, dizendo que a responsabilidade não é só dos líderes, mas também das empresas einstituições financeiras.
De acordo com o C3S, as temperaturas altas estão relacionadas com as ondas de calor na América do Norte, Ásia e Europa, que, em conjunto com os incêndios florestais em países como Canadá e Grécia, tiveram grandes impactos na saúde das pessoas, no ambiente e na economia.
"A temperatura média global excedeu temporariamente o limite de 1,5ºC acima do nível pré-industrial durante a primeira e a terceira semana do mês (dentro do erro de observação)", salientou.
Em 06 de julho, a média diária da temperatura média global do ar na superfície ultrapassou o recorde estabelecido em agosto de 2016, tornando-se o dia mais quente já registado, seguido dos dias 05 e 07 do mesmo mês.
Até este ano, o mês de julho mais quente tinha sido o de 2019.
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