Novo líder de armadores de Cabo Verde quer equipar barcos de pesca
A incerteza da pesca é uma das grandes preocupações da nova direção da Associação dos Armadores de Pesca de Cabo Verde que quer as embarcações nacionais melhor equipadas e preparadas para irem mais longe atrás de pescado.
© Lusa
Mundo Pesca
"A nossa maior preocupação é a fraca capacidade que os armadores têm de laborar aonde existe os maiores recursos, porque as nossas embarcações são pequenas, que medem em média 20 metros, com capacidade de carga muito limitada. Os cardumes estão cada vez mais longe, daí que é um risco tremendo ir à pesca, com a incerteza da captura", disse, em entrevista à Lusa o novo presidente do conselho diretivo da Associação dos Armadores de Pesca de Cabo Verde (Apesc), Susano Vicente.
De acordo com o líder associativo, é preciso atenuar a incerteza e os riscos desta atividade sazonal, adotando algumas estratégias, como capacitar os armadores com equipamentos modernos, sonares capazes de detetar cardumes e equipamentos de refrigeração de forma que o armador possa manter-se mais dias no alto.
Entretanto, indica ainda pontos a serem debatidos com o Governo, nomeadamente garantir que o preço do combustível vendido aos armadores de pesca seja diferenciado do resto do que paga a marinha mercante.
"Não podemos considerar combustível para a pesca como o combustível para a marinha mercante no seu geral, pesca é uma atividade muito mais complexa", acrescentou o novo presidente que chama a atenção para a importância do setor na segurança alimentar da população.
Susano Vicente frisa que esta atividade "aleatória" não pode ser comparada com os transportes marítimos, já com dinâmica e mercados estabelecidos.
"Dependemos das fases da lua, do bom tempo e de muitos fatores que condicionam. Muitas vezes o armador vai à pesca e regressa duas ou três vezes, sem capturar nada, mas gastando muito em combustível e gelo", mostrou, na entrevista à Lusa.
A última Assembleia geral da Apesc aconteceu na semana passada e desta forma foi estabelecido no estatuto um Conselho Consultivo, para maior transparência na gestão dos projetos, das conceções de funções designadas pela assembleia geral.
"O Conselho Consultivo é um órgão composto por 11 membros e, excecionalmente, conforme a vontade da assembleia, pode ter o poder de conselho de administração, como ter capacidade, por exemplo, no caso da gestão dos estaleiros Navais da ex-Onave", explicou Vicente.
Estando na direção da Apesc desde 2015, como vice-presidente, Susano Vicente, que substitui João de Deus Lima Jr., garante que, com a sua liderança, a associação pretende continuar na mesma linha, mas com a ideia de reposicionar a identidade estratégica enquanto organização privada e manter a sua função de sindicância de defender os interesses dos armadores de pesca, manter-se apartidária, equidistante de forças, organizações políticas ou religiosas.
Ao mesmo tempo, enquanto organizadores do setor das pescas, considera de grande importância manter uma boa relação institucional com o Governo e com as empresas ligadas ao setor em Cabo Verde.
Entre outros desígnios, o grupo pretende apresentar até o final do ano o plano estratégico da Apesc, que terá a duração de 10 anos, mas também a reorganização dos da forma de operar da associação, com a prioridade na gestão dos estaleiros navais, como "um dos principais pilares que sustenta o setor das pescas no país.
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