EUA sancionam líderes militares acusados de agravar violência na RDCongo

Os Estados Unidos da América (EUA) impuseram sanções a seis pessoas que acusam de exacerbar a violência no leste da República Democrática do Congo (RDCongo), anunciou o Departamento do Tesouro norte-americano.

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© ALEXIS HUGUET/AFP via Getty Images

Lusa
26/08/2023 06:29 ‧ 26/08/2023 por Lusa

Mundo

RDCongo

Os indivíduos ruandeses e congoleses sancionados "pertencem a uma das quatro principais milícias ou forças armadas que contribuem para a instabilidade no leste [da RDCongo] e que perpetram graves abusos dos direitos humanos", incluindo o ataque a crianças e agressões sexuais sistemáticas, segundo o comunicado do Governo dos EUA.

A nova ronda de sanções económicas surge num contexto de recente aumento do conflito armado ao longo da fronteira nordeste da RDCongo com o Ruanda. Três décadas de violência na região deslocaram mais de seis milhões de pessoas, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), com a crise a intensificar-se desde que o grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23) ressurgiu em novembro de 2021.

O M23 - cujo comandante dos serviços de inteligência, Bernard Byamungu, está entre os sancionados - é um dos mais de 120 grupos armados da região que lutam pelo controlo de recursos minerais valiosos, pelo território ou pela proteção da comunidade. Os homicídios em massa são frequentes e a violência desencadeou um êxodo de mais de um milhão de pessoas.

Os EUA também aplicaram sanções económicas às Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda, uma milícia rival do M23 liderada pelos Hutu, às forças armadas congolesas, e às Forças de Defesa do Ruanda, todas acusadas de cometer violações dos direitos humanos na RDCongo durante a última década ou mais.

Onesphore Sematumba, analista do International Crisis Group, disse que as sanções dos EUA são principalmente simbólicas.

"Ao sancionar pessoas de um determinado nível, (os EUA) enviam uma mensagem para dizer: 'Nós vemos o que está a acontecer'", disse.

Sematumba avaliou que as atuais sanções impostas por uma variedade de atores externos estão demasiado dispersas.

"Talvez houvesse um impacto maior se estes três blocos (EUA, ONU e União Europeia) coordenassem as suas sanções", defendeu.

Em 29 de julho, a União Europeia sancionou sete indivíduos envolvidos no conflito, incluindo três das mesmas pessoas visadas na quinta-feira pelas sanções dos EUA. Não é claro se estes líderes de grupos armados têm relações económicas substanciais com empresas sediadas nos EUA.

Leia Também: EUA anunciam sanções contra acusados de fazer escalar conflito na RDCongo

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