Numa breve declaração divulgada pelos meios de comunicação social estatais, a Sede Estatal de Prevenção de Epidemias de Emergência disse que aqueles que regressarem à Coreia do Norte serão colocados em quarentena durante uma semana para "observação médica adequada".
O comunicado não fornece mais pormenores, mas os analistas preveem que o anúncio levará ao regresso de estudantes, trabalhadores e outras pessoas da Coreia do Norte que tiveram de permanecer no estrangeiro, sobretudo na China e na Rússia, devido à pandemia. Os trabalhadores são atualmente uma fonte importante de receitas estrangeiras para o país.
Após o início da pandemia, a Coreia do Norte proibiu a entrada de turistas, retirou os diplomatas do país e restringiu severamente o tráfego fronteiriço e o comércio. O confinamento agravou ainda mais as dificuldades económicas crónicas da Coreia do Norte e a insegurança alimentar.
No início deste mês, a agência de espionagem da Coreia do Sul afirmou que a Coreia do Norte se preparava para reabrir gradualmente as fronteiras, numa tentativa de relançar a economia.
Segundo Cheong Seong-Chang, analista do Instituto Sejong, o regresso dos trabalhadores do estrangeiro significará a perda de uma rara fonte de divisas para a Coreia do Norte, pelo que o Governo irá provavelmente tentar enviar outros trabalhadores para os substituir na China e na Rússia.
Aceitar novos trabalhadores norte-coreanos violaria uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que exigia que os Estados membros repatriassem todos os trabalhadores norte-coreanos dos seus territórios até o final de 2019.
Dado que a Coreia do Norte tenciona colocar em quarentena os repatriados durante uma semana, Cheong disse que parece improvável que a Coreia do Norte volte a receber turistas chineses e outros turistas estrangeiros em breve. Segundo este, a Coreia do Norte deverá permitir a entrada de estrangeiros no país no próximo ano se o regresso dos seus cidadãos não causar qualquer surto de coronavírus.
Em agosto de 2022, a Coreia do Norte afirmou ter ultrapassado a pandemia. No mês seguinte, retomou o serviço de comboios de mercadorias com a China, o seu maior parceiro comercial e canal económico, mas grande parte das restrições à passagem de pessoas nas fronteiras permaneceram em vigor.
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