Havia a previsão de que o ex-presidente também prestasse depoimento sobre notícias falsas, mas este depoimento foi adiado.
Bolsonaro vai depor no caso das joias ao mesmo tempo que a sua mulher, Michelle Bolsonaro, o seu ex-assessor militar Mauro Cid, os seus advogados Fabio Wajngarten e Frederick Wassef, e Mauro César Lourena Cid, general e pai de Mauro Cid.
Numa entrevista aos 'media' brasileiros realizada há 12 dias, Bolsonaro negou ter ordenado ao seu ex-assessor, tenente-coronel Mauro Cid, que vendesse as joias que recebia de presente em viagens oficiais quando era chefe do Estado.
"Não mandei ninguém vender nada", disse Bolsonaro ao jornal Estadão, destacando que Cid tinha "autonomia" para tomar suas decisões.
Jair Bolsonaro fez essas declarações após o advogado de Mauro Cid, que está em prisão preventiva desde maio passado, dizer a vários meios de comunicação social que se preparava para confessar que vendeu as joias por ordem do ex-presidente.
Em relação a essas declarações, Bolsonaro indicou não ver nada contra si e destacou que o que mais lhe interessa é esclarecer esse assunto o mais rápido possível.
O caso se refere a um conjunto de joias e objetos de grande valor que foram entregues a Bolsonaro em viagens oficiais à Arábia Saudita e outros países árabes, e que deveria ter entregue ao Estado brasileiro ao deixar o poder.
Segundo as investigações, Jair Bolsonaro vendeu algumas dessas joias por meio de intermediários, embora alguns de seus colaboradores as tenham comprado de volta depois de órgãos de controlo do Estado brasileiro exigirem a devolução.
O ex-presidente está a ser investigado em vários processos civis e criminais, incluindo o golpe de 08 de janeiro, quando milhares de apoiantes invadiram a Presidência da República, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal na tentativa de derrubar o atual Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
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