"Sergei Lavrov estará nos debates políticos da assembleia-geral da ONU (...) e participará numa série de reuniões bilaterais e atividades multilaterais do Conselho de Segurança da ONU, dos BRICS [bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul]", entre outros, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado.
A diplomacia russa acrescentou que, no âmbito da assembleia-geral a Rússia "defenderá as suas abordagens de princípios", estabelecidas na conceção de política externa do país estabelecida em março deste ano no contexto da guerra na vizinha Ucrânia, invadida pelas forças russas em fevereiro do ano passado.
"Vamos manifestar-nos a favor do restabelecimento do papel da ONU como mecanismo central de coordenação para garantir e harmonizar os interesses de todos os Estados", refere o comunicado, acrescentando que no âmbito da próxima sessão continuará a "defender o estrito cumprimento da Carta das Nações Unidas".
Na sexta-feira, o embaixador da Albânia na ONU, Ferit Hoxha, afirmou que pode "quase confirmar" que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participará numa sessão do Conselho de Segurança sobre a Ucrânia em 20 de setembro, durante a assembleia-geral da organização.
"Será a primeira vez que ele virá a Nova Iorque, a primeira vez que ele virá à Organização das Nações Unidas e a primeira vez que ele virá ao Conselho de Segurança", disse Hoxha durante uma conferência de imprensa para apresentar o programa de trabalho para setembro, mês em que a Albânia detém a presidência rotativa do órgão e que coincide com o arranque da assembleia-geral.
Mesmo assim, o embaixador sustentou que não pode garantir totalmente a presença de Zelensky, já que não depende dele, mas disse confiar que o chefe de Estado ucraniano participará na sessão perante os outros membros do Conselho de Segurança, entre os quais a Rússia.
Zelensky já interveio por videoconferência perante o Conselho de Segurança em agosto do ano passado, numa sessão que a Rússia tentou vetar, alegando que o Presidente ucraniano tinha de estar pessoalmente na sala.
Entre os assuntos que serão discutidos durante o encontro, o embaixador anteviu que, além das diferentes propostas de paz na Ucrânia, constará o reatar dos acordos de exportação de cereais através do Mar Negro, barrados por Moscovo.
O Kremlin abandonou os acordos, que procuram limitar os efeitos da invasão russa da Ucrânia na escassez de alimentos a nível global, alegando que estavam a ser aplicados de forma desigual, sem permitir que a Rússia exportasse os seus cereais e fertilizantes, devido ao bloqueio dos seus pagamentos bancários e ao congelamento dos seus ativos no estrangeiro.
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