"Três membros de uma organização terrorista internacional cruzaram a fronteira (...) na noite de 29 para 30 de agosto em direção à aldeia de Kevron para cometer um ato terrorista nas vésperas do feriado nacional" do Tajiquistão, a 09 de setembro, indicaram os serviços de segurança do país, conhecidos por GKNB.
"Os três membros do grupo terrorista foram eliminados" na manhã de terça-feira, depois de recusarem render-se nesta zona das montanhas Pamir, acrescentou o GKNB, citado pela agência de notícias oficial Kabar.
Os serviços de segurança disseram que os três homens nasceram no Tajiquistão e pertenciam ao grupo fundamentalista islâmico Jamaat Ansarullah, composto maioritariamente por tajiques, ligado ao Movimento Islâmico do Uzbequistão e próximo dos talibãs.
No final de abril, o GKNB tinha também anunciado a morte de "dois terroristas", membros do grupo Jamaat Ansarullah, vindos do Afeganistão.
Desde a independência da União Soviética em 1991, o Tajiquistão tem sido confrontado com uma variedade de movimentos armados islâmicos e tem estado em particular alerta desde o regresso dos talibãs ao poder no Afeganistão em 2021, temendo uma desestabilização da Ásia Central.
Entre as cinco antigas repúblicas soviéticas da Ásia Central, o Tajiquistão, um país secular de maioria muçulmana, optou pela linha mais dura face aos talibãs e acolheu membros da oposição afegã.
O Tajiquistão também reforçou a proteção da fronteira de mais de 1.300 quilómetros com o Afeganistão e tem conduzido exercícios militares, em particular com a Rússia, que tem ali a sua maior base militar no estrangeiro.
O Presidente, Emomali Rakhmon, no poder no Tajiquistão há 30 anos, tem criticado repetidamente os talibãs e apelado a que respeitem os direitos dos tajiques, etnia que se estima representar um quarto dos cerca de 40 milhões de afegãos.
Também hoje, o principal grupo dos talibãs no Paquistão, o Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), anunciou a captura de dois postos de controlo no norte do país, junto à fronteira com o Afeganistão, assim como a morte de seis soldados do exército paquistanês.
Os residentes da província de Khyber Pakhtunkhwa queixaram-se recentemente do regresso à província de combatentes do TTP vindos do vizinho Afeganistão.
O Governo do Paquistão tinha afirmado já que os líderes e combatentes do TTP estão a utilizar solo afegão para preparar ataques contra as autoridades de Islamabad, uma afirmação que os talibãs afegãos negaram.
Leia Também: Pelo menos 21 pessoas morreram devido às chuvas no Tajiquistão