Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average avançou 0,17%, o alargado S&P500 perdeu 0,32% e o tecnológico Nasdaq recuou 0,89%, somando resultados negativos pela quarta sessão consecutiva.
O setor tecnológico foi afetado pela queda das ações da Apple, a de maior capitalização do mercado, que perdeu 2,92% para 177,56 dólares. Em dois dias, as ações caíram mais de 6%, regressando a níveis de 25 de agosto.
As ações sofreram com as novas medidas chinesas que querem ampliar a proibição do uso de iPhones em órgãos e empresas estatais, segundo informações avançadas pelo jornal Wall Street Journal.
"O mercado está preocupado que se Pequim escolher deliberadamente dificultar a vida a uma empresa como a Apple, que tem uma boa relação de trabalho com a China, então poderá fazer o mesmo a muitas outras empresas americanas", frisou Patrick O'Hare, da Briefing. com.
Além das convulsões na Apple, o mercado foi dominado "pelo fator do medo", estimou Peter Cardillo, da Spartan Capital, referindo-se à trajetória das taxas de juro do banco central americano.
"Basicamente, o mercado preocupa-se com a possibilidade da Fed aumentar ou não as taxas", apontou o analista.
O presidente da Fed de Nova Iorque, John Williams, em entrevista à Bloomberg TV, adiantou hoje que a inflação está "a ir na direção certa", mas indicou que o banco central continua de sobreaviso, questionando: "Fomos suficientemente restritivos?"
A nível macroeconómico, os novos pedidos semanais de subsídio de desemprego foram inferiores aos da semana passada (216 mil face a 229 mil), para surpresa dos investidores que, por isso, estão preocupados com a resiliência da economia norte-americana, o que significa taxas de juro mais elevadas durante mais tempo.
"Os novos pedidos de subsídio de desemprego estão no seu nível mais baixo desde fevereiro. Esta é uma notícia muito boa do ponto de vista económico, mas é também uma notícia que, em termos de política monetária, provavelmente manterá a Fed numa posição restritiva durante mais tempo", sublinhou Patrick O'Hare.
Por setores, os ganhos predominaram e foram liderados por empresas de serviços públicos (1,26%), imóveis (0,71%) e bens não essenciais (0,5%), enquanto as maiores perdas foram para empresas de tecnologia (-1,57%).
No grupo Dow Jones, destacou-se a queda no preço da Apple (-2,92%), enquanto do lado positivo, os maiores ganhos foram para Intel (3,24%), Amgen (2,16%) e UnitedHealth (1,65%).
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