Na reunião de dois dias em Nova Deli, as fortes divergências sobre a guerra na Ucrânia, a eliminação progressiva das energias fósseis e a restruturação da dívida deverão dominar os debates e, provavelmente, impedir qualquer acordo do grupo, que agrega as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia (UE).
Tanto Moscovo como Pequim confirmaram recentemente que os seus chefes de Estado não participarão na cimeira e que os respetivos países serão representados pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, e pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang.
Isso dará maior influência sobre a agenda do G20 aos interesses do Ocidente, com a participação do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que defenderá uma reforma do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), indicou a Casa Branca.
O seu homólogo francês, Emmanuel Macron, também marcará presença na cimeira, com o objetivo de abordar os riscos de fragmentação do mundo principalmente derivados do conflito na Ucrânia, indicou em comunicado a embaixada francesa na Índia.
Espera-se que o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, seja outro dos líderes presentes na reunião, naquela que será a sua primeira visita como chefe de Governo ao país dos seus antepassados, noticiou a imprensa indiana.
Por sua vez, o chanceler alemão, Olaf Scholz, confirmou a sua participação na cimeira durante uma entrevista à rádio alemã Deutschlandfunk, na qual sublinhou a importância que continua a ter o G20, apesar da ausência de alguns líderes.
Outros dirigentes com presença confirmada são os primeiros-ministros japonês, Fumio Kishida, e canadiano, Justin Trudeau, depois de participarem em Jacarta, na Indonésia, na cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que terminou a 07 de setembro.
Destaca-se também a participação do Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, cujo país ocupará em 2024 pela primeira vez a presidência do G20, e do chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, que será o anfitrião da cimeira em 2025.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, que também esteve na cimeira da ASEAN, prevê igualmente deslocar-se a Nova Deli para a reunião, no âmbito de um périplo por três países que incluirá, em seguida, as Filipinas.
Espanha, país convidado permanente do G20, far-se-ia representar pelo primeiro-ministro em exercício, Pedro Sánchez, mas afinal este não poderá estar presente, porque se encontra com covid-19, pelo que o país será representado pela vice-primeira-ministra e ministra dos Assuntos Económicos e Transição Digital, Nadia Calviño, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, União Europeia e Cooperação, José Manuel Albares.
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