Um grupo de mães de Almendralejo, na província espanhola de Badajoz, denunciou, esta segunda-feira, a publicação e divulgação de imagens aparentemente íntimas das suas filhas. Segundo a imprensa local, as fotografias foram geradas com recurso a Inteligência Artificial.
As imagens mostram a cara das menores - com idades entre os 12 e os 17 anos - num corpo nu que não é o delas e foram partilhadas em grupos do Whatsapp. No entanto, as mães acreditam que possam ter sido partilhadas em páginas pornográficas ou na plataforma Only Fans.
O caso já está a ser investigado pela Polícia Nacional, que recebeu dezenas de denúncias, e os responsáveis poderão ser condenados a penas de até nove anos de prisão.
De acordo com a agência de notícias espanhola Efe, uma das mães afetadas é a conhecida ginecologista Miriam Al Adib, que aproveitou o facto de ter mais de cem mil seguidores nas redes sociais para denunciar a "barbaridade".
"Fizeram-no à minha filha e a dezenas de outras raparigas, aqui em Almendralejo, e talvez em algumas zonas circundantes", explicou num vídeo publicado no Instagram.
Segundo Al Adib, as mães criaram um grupo de Whatsapp para discutirem como proceder e, no total, conta já com 27 membros. Algumas mães já apresentaram queixa à Polícia Nacional e outras irão fazê-lo, mas espera-se que seja possível avançar com uma queixa coletiva.
"É tão realista que a primeira coisa que pensei quando vi foi: 'O que é que tu fizeste?'", contou a médica.
"Usar imagens alheias para fazer essa barbaridade e divulgá-la é um crime gravíssimo. Aos engraçados que pensaram nisso, se vocês são um pouco inteligentes, colaborem na reparação de tudo o que vocês criaram", apelou.
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