Três em cada quatro vítimas de abuso sexual no Reino Unido disseram que a sua saúde mental foi afetada durante a investigação policial, sublinhando que isto aconteceu tanto pela ação policial, como pela falta dela.
Os dados são de um estado financiado pelo governo, que teve em conta duas mil vítimas em Inglaterra e no País de Gales.
Os resultados, citados pela Sky News, indica, que 42% das vítimas não sentiram que estavam a acreditar nelas, enquanto 56% dos sobreviventes deste crime referiam que muito provavelmente não fariam queixa novamente.
"Tenho mais medo da polícia do que de ser violada novamente", explicou uma destas vítimas, sob condição de anonimato.
Uma outra pessoa refere que a "entristece" que outras pessoas tenham que passar pelo mesmo que ela porque "a polícia encerrou o seu caso de forma rápida".
O inquérito dá ainda conta de outros testemunhos, entre os quais um que refere que o abusador é mesmo um agente da polícia, que nunca foi detido ou suspenso.
Apenas 26% dos inquiridos disseram que sentiram que as autoridades compreenderam a sua situação, enquanto quase 31% não se sentia seguro com os agentes.
Katrin Hohl, professora da Universidade de Londres e responsável por este estudo, apontou que este era um estudo "preocupante".
"É a prova do enorme prejuízo que o mau policiamento causou a muitas sobreviventes de violações e agressões sexuais", sublinhou.
A responsável diz ainda que, no entanto, existem alguns sinais de melhoria, dado que, segundo os dados, as pessoas que tiveram contacto mais recente com as autoridades são amis prováveis de entrar em contacto do que aquelas que contactaram, por exemplo, há três meses.
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